Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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Localização: Covilhã, Portugal

A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

30.11.06

O Novo Testamento Revisitado


Um exemplo importante da confusão provocada pelos caprichos da tradução é o da ideia errada de que Jesus era um humilde carpinteiro. A palavra aramaica original era “naggar”, que pode significar quer um trabalhador de madeira, quer um estudioso ou um homem erudito.

No contexto, o último faz mais sentido porque não há nenhuma sugestão, em parte alguma, de que Jesus fosse um artesão de qualquer natureza. Mas a ideia de que Jesus era carpinteiro está agora tão indelevelmente gravada na história cristã, como o “facto” de que ele nasceu a 25 de Dezembro.

Durante a maior parte dos dois últimos milénios, supôs-se que os Evangelhos tinham sido divinamente inspirados e que continham a verdade autêntica sobre Jesus. É apenas nos últimos duzentos anos que a Bíblia tem sido submetida ao mesmo escrutínio crítico de outros documentos históricos; muitas suposições estão erradas – por exemplo, Jesus não foi executado por iniciativa dos líderes religiosos judaicos, mas porque foi acusado de intriga política pelos romanos…

Hoje o estudo do Novo Testamento está em crise. É incapaz de chegar a acordo sobre questões fundamentais como: Jesus proclamou ser ele o Messias? Proclamou ser Filho de Deus? Proclamou-se rei dos judeus? E é completamente incapaz de explicar o significado de muitos dos seus actos. Nem mesmo consegue apresentar uma explicação convincente para a sua crucificação, porque não há nada que Jesus tenha dito ou feito – segundo o relato dos Evangelhos – que tivesse ofendido quer os líderes religiosos judaicos quer os senhores romanos, a ponto de eles terem desejado o seu sangue.

Muitos dos seus actos simbólicos, como o derrubar das mesas dos cambistas do templo ou mesmo a instauração da eucaristia na Última Ceia, não tem qualquer relação com o judaísmo.
Sinopse. O Segredo dos Templários (Lynn Picknett & Clive Prince)

29.11.06

Dito e anotado

  • «Todas as pessoas que não têm nada importante a dizer falam aos gritos(Jardiel Poncela)
  • «Nada foi alguma vez conseguido por um grupo de trabalho, a não ser naquele constituído por três pessoas das quais permanentemente, uma estava ausente e a outra doente.» (Hendrik Van Loon)
  • «Todo o homem faz sempre qualquer coisa melhor que os outros.» (Erik Geijer)
  • «Desgraçadas nações que necessitam ter heróis.» (Bertold Brecht)
  • «Os próximos criminosos de guerra virão das indústrias químicas e electrónicas. (Alfred Krupp)
  • «Em ditadura, a guerra pode ser desencadeada pela vontade de um ditador. Em democracia, a opinião pública manipulada pelos “media” dá ao poder o consentimento para desencadear a mesma guerra(Noam Chomsky)

28.11.06

Pensando Genética


A decadência genética das populações das nações ocidentais, reconheceu-se pela primeira vez nos anos 1850 e 1860 por Benedict Morel em França e Francis Galton en Inglaterra. Ambos chegaram à mesma conclusão de que as populações contemporâneas estavam empreendendo uma "evolução regressiva" em respeito à saúde, à inteligência e o carácter moral.

Tanto Morel como Galton identificaram a causa de este deterioro na relaxação da selecção natural. Em geral, nas populações humanas e animais, a selecção natural elimina o inepto, permitindo sobreviver ao más dotado.

A sobrevivência do melhor dotado mantém a população geneticamente sã ao desfazer-se dos indivíduos geneticamente mal dotados, tal como um jardineiro mantém o jardim em bom estado eliminando continuamente as ervas daninhas.

No campo político, a ideologia burguesa, expressa pelos "pensadores" políticos do sec. XIX explica que, originalmente, a sociedade se dividiu em duas categorias: uns laboriosos, inteligentes e poupados; os outros, preguiçosos e delapidadores.

Evidentemente que uns amontoaram tesouros sobre tesouros, enquanto outros se encontraram rapidamente desprovidos de tudo. No sec. XX Alexis Carrel, prémio Nobel da medicina (L´homme, cet inconnu) até teorizará que os primeiros eram geneticamente superiores e os segundos inferiores

27.11.06

Seios e Bundas





No momento da nossa evolução em que passamos a andar erectos, duas coisas aconteceram – porque os sinais identificativos visuais das fêmeas não humanas situam-se na parte posterior do corpo e quando esta está com cio, desenvolve inchaços nas ancas visíveis à distância – tivemos de desenvolver nas fêmeas humanas um novo tipo de extremidade posterior (bunda).

Os músculos mais desenvolvidos necessários ao suporte da posição vertical, foram-se arredondando e tornaram-se nádegas (que os símios não têm) como o símbolo sexual feminino primário.

Porém esses dois hemisférios carnais, não eram visíveis quando uma fêmea se aproximava de um macho, de frente. A maneira de tornar a fêmea mais excitante, a evolução obteve-a, através do surgimento de umas “nádegas de imitação” na parte frontal do corpo da fêmea – os seios.

Tal como as outras fêmeas de primatas, a fêmea humana já tinha propensão para desenvolver inchaços no peito, sempre que amamentava as crias, mas que desapareciam findo esse período.
O truque evolutivo consistiu em impedir que esses inchaços voltassem a diminuir de volume. Assim a fêmea humana poderia assinalar a sua sexualidade pela frente, e não apenas por trás. Os seios da fêmea evoluíram, muito simplesmente como mimetismo de nádegas.

Evidência em favor dessa ideia, pode ser encontrada na anatomia dos seios. Grande parte do seu volume – dois terços – é formado por matéria gorda, que não desempenha qualquer papel na produção de leite. Por outras palavras, os seios arredondados da fêmea humana, têm mais a ver com a exibição sexual do que com a alimentação materna.
Sinopse. O Animal Humano - Desmond Morris (zoólogo e antropólogo)

26.11.06

Do Brasil com... Humor


  • Quando o homem abre a porta do carro para sua mulher, o carro é novo ou a mulher.

  • Quando pobre enfia a mão no bolso só tira cinco dedos.

  • Quem canta de graça é galo.

  • Quem compra o que não pode, vende o que não quer.

  • Quem gosta de beleza interior é decorador.

  • Quem gosta de mulher feia é salão de beleza

  • Respeito as casadas como as solteiras, mas esse "como" é verbo!

  • Rico pega o carro e sai, pobre sai e o carro pega.

  • Se a mulher pedir mais liberdade, compre uma corda mais comprida.

G.Soros e o Liberalismo Económico


«Os fundamentalistas entusiastas do mercado, argumentam que a melhor maneira de servir o interesse comum indirectamente, é permitir às pessoas a perseguição dos seus próprios interesses.
Acreditam na “mão invisivel* do mecanismo de mercado, mas essa crença está deslocada por duas razões: em primeiro porque o interesse comum não encontra expressão no comportamento do mercado.
O objectivo das empresas não é criar emprego; empregam pessoas – o menor número e com o menor custo possível – apenas para obter lucros. As empresas do ramo da saúde não estão no mercado para salvar vidas; prestam cuidados de saúde para obter lucros. As petrolíferas não querem preservar o ambiente. A “mão invisível” não pode agir sobre interesses que não estão sob a sua jurisdição.»
George Soros

George Soros é húngaro, nascido em Budapeste em 1930, empresário e homem de negócios norte americano, famoso pelas suas actividades enquanto especulador, nomeadamente em matéria de taxas de câmbio, bem como pela sua actividade filantrópica, que apoiou entre outros, a Universidade Central Europeia

* A mão invisível é uma conhecida teoria económica de Adam Smith, segundo a qual, um indivíduo agindo unicamente no sentido de obter um máximo de lucros e benefícios para si próprio, está, por efeito daquilo a que ele apelidou de "mão invisível", a contribuir involuntária e indirectamente para o progresso e bem estar de toda a comunidade.

25.11.06

Manual para Identificar Mentirosos



* Quando estamos a dizer mentiras, gesticulamos menos. Isso acontece, porque sentimos inconscientemente que, se usarmos as mãos, as suas acções podem não se ajustar às nossas palavras. Embora seja menos provável um mentiroso agitar as mãos no ar, em contrapartida, usa-as frequentemente de outros formas.

* Quando há uma mentira em curso, a pessoa sente uma compulsão estranha para tocar o rosto. De tempos a tempos, uma mão ou ambas erguem-se em direcção à boca, como se a pessoa estivesse a tentar ocultar a mentira que está a sair-lhe dos lábios. Uma vez aí, ocorre outra sensação fugaz: a sensação de que tapar a boca é demasiado óbvia. Por isso, a mão move-se e esfrega as bochechas, acaricia o nariz, coça as sobrancelhas ou toca na testa.

* Há uma postura particular de mãos, que aumenta quando existe um mentira em curso: o encolher das mãos. As mãos são mantidas à frente do corpo com as palmas das mãos para cima e os dedos ligeiramente encurvados.

* Outra forma não verbal é a alteração do corpo. Quando estamos a dizer a verdade, podemos acenar com as mãos, podemos até inclinar-nos para a frente ou erguer-nos, mas não nos contorcemos. O mau mentiroso contorce-se um pouco, o corpo revela uma necessidade imperiosa de fugir, embora se mantenha firmemente no lugar pela necessidade de sustentar a mentira.
Sinopse. O Animal Humano - Desmond Morris (zoólogo e antropólogo)

Escravatura: A maldição de "Cam"


...continuado
Seria, porém, a introdução da cana-de-açúcar no Novo Mundo que acabaria por transformar o tráfico de escravos num tráfico exclusivamente negreiro. Portugueses e, sobretudo, espanhóis tentaram escravizar os índios, forçando-os a trabalhos pesados a que não estavam habituados. A sua elevada mortalidade e as denúncias de eclesiásticos, como Frei Bartolomeu de Las Casas, fizeram as potências ibéricas voltarem-se para a África Negra.


Contando com a cumplicidade dos monarcas africanos, que capturavam membros de tribos inimigas e os trocavam por cavalos ou tecidos, os traficantes portugueses conseguiram durante quase todo o século XVI monopolizar o tráfico de negros, considerados mais aptos para o trabalho árduo nas plantações do Novo Mundo, por serem mais fortes do que os índios e bastante resistentes às doenças tropicais.

Fazer de Cam o "pai" dos negros e atribuir a estes uma maldição que justifique a legitimidade da escravatura, provém de uma interpretação do texto do Génesis, 9, 18 a 27. De facto, o que lemos realmente nesse episódio (simbólico e exemplar) é que Noé teve três filhos: Sem, Cam e Jafé.

Depois, Noé plantou uma vinha, bebeu do vinho que produziu, embebedou-se e descobriu-se (ficou nu) no meio da sua tenda: então, Cam viu a nudez do pai e foi contar o que vira aos irmãos; estes, tomaram uma capa, colocaram-na sobre os ombros e, recuando, cobriram a nudez de Noé, sem nunca a olharem; quando Noé despertou e soube o que Cam fizera amaldiçoou o filho deste, Canaã, acrescentando: "Bendito seja o Senhor Deus de Sem, e seja-lhe Canaã por servo”.

Convém sublinhar que, no contexto bíblico, a nudez aparece quase sempre ligada à sexualidade, mas também ao desvendar do que deve permanecer oculto - ou seja, contemplando a nudez do seu pai, Cam comete uma verdadeira profanação (que uma leitura psicanalítica deste episódio vê como "emasculação", castração do progenitor).

Há duas traduções (e interpretações) possíveis da tal "maldição": a que lê "isolado seja Canaã; escravo do escravo, ele será devolvido aos seus irmãos". Mais tarde, no Sinai, um dos "mandamentos" prescreve que se honre, ou "vista", pai e mãe); e uma outra que comporta, em germe, os argumentos do racismo e da discriminação, transformando Cam e Canaã em "antepassados" dos negros. Apenas porque Cam (Ham) significa "quente"...
Sinopse. Diário de Notícias

24.11.06

Dito e anotado

  • «As pessoas acreditam em tudo o que lhes é sussurrado
  • «Embora eu considere que a culpa é dos homens, a religião sempre foi um excelente pretexto
  • «…Estão zangados com a vida porque estiveram lá em cima e cairam. É só isso!»
  • «As águas paradas só cheiram mal quando alguém resolve revolvê-las.»
  • «Ter remorsos, é pecar segunda vez.(Espinoza)
  • «Uma boa cabeça, mas falta-lhe um foguete no traseiro». (Bismark sobre um general alemão do seu tempo)

Escravatura: Portugueses? Cadé os outros?

... continuado

Essa resistência em Portugal e no Brasil aos esforços abolicionistas contribuiu para criar uma lenda negra em torno do papel dos portugueses no tráfico de escravos, realçada no filme Amistad de Steven Spielberg, onde os negreiros sem escrúpulos são retratados como portugueses (apesar de, por erro de casting, falarem castelhano).


É certo que, desde o século XV, os navios portugueses (e mais tarde brasileiros) fizeram mais de 30 mil viagens de tráfico, transportando um total de 4,6 milhões de escravos (os dados são de Hugh Thomas, no seu livro The Slave Trade, de 1997), mas os britânicos que começaram quase dois séculos depois, terminaram algumas décadas antes, e mesmo assim, conseguiram arrancar a África cerca de três milhões de almas.


No tráfico negreiro atlântico envolveu-se, ao longo dos séculos, gente de quase todos os países europeus - incluindo a Suécia, a Dinamarca e a Prússia -, que, no total, arrancou a África mais de 11 milhões de almas, na maioria levadas para as plantações de cana-de-açúcar, tabaco, café e algodão do Novo Mundo ou trazidas para trabalhos domésticos na Europa.


Mas se a escravatura na Europa não começou com os Descobrimentos portugueses, pois vinha já dos tempos da democracia ateniense (e abrangendo gente de todas as raças), também a abolição nos países cristãos não pôs fim ao flagelo da captura de cativos africanos. O mundo árabe continuou a importar escravos até bem dentro do século XX, com a Arábia Saudita a abolir a instituição só em 1963 e a Mauritânia apenas no início da década de 80. E ainda hoje, no Sudão, há ONG que se dedicam a resgatar mulheres e crianças escravizadas.


Se em meados do século XVI um décimo da população de Lisboa era composta por escravos, a verdade é que nem todos eram negros. O avanço dos navegadores portugueses ao longo da costa ocidental africana fornecia cada vez mais novas remessas de negros, mas as famílias mais abastadas do reino possuíam também cativos guanches (das Canárias), árabes e até índios do Brasil.


Pouco a pouco começou, porém, por ser dada preferência aos negros, pois os guanches escasseavam, os árabes capturados em razias no Norte de África eram considerados demasiado rebeldes e os índios rendiam pouco.
Sinopse. Diário de Notícias

23.11.06

Vou votar nas p...


* Eleitor é alguém que goza do privilégio sagrado de votar numa pessoa escolhida por outrem. (Ambrose Bierce)
* As urnas de votos nunca são capazes de discernir onde está o interesse público, pois que numa comunidade, o número de tontos é sempre superior ao de sábios. (Cardeal Richelieu)
*
O voto deveria estar em relação directa com os impostos que se pagam: 1000 euros, 10 votos; 100 euros, 1 voto; zero euros, zero votos. (Economista Pedro Arroja)
* Pode haver democracia sem votos e votos sem democracia.
* Os grandes problemas desta época não serão resolvidos com discursos e com votos, mas com ferro e sangue. (Bismarck 1890)
* A ONU é um forum global que gasta 95 por cento da sua energia a avalizar guerras e missões de paz que os EUA querem, ou a concretizar mal-agradecidas missões humanitárias que os EUA gostariam de ver realizadas mas que não querem fazer.
* Pragmáticos, os homens do capital não votam em ideologias. Votam em quem lhes proporciona mais lucros. E como o dinheiro comanda a vida, ganham sempre os que sabem vender a alma pelo melhor preço. À esquerda, à direita ou vice-versa. Tanto faz.
* É ilógico aceitarmos, como o fazemos em democracia, que a expressão matemática da soma dos múltiplos egoísmos pessoais que se traduzem no voto, é um egoísmo bom ou o melhor egoísmo possível.
Vou votar nas putas. Cansei de votar nos filhos. (Dito brasileiro)

Água: Fascínio ou Memória?


Alister Hardy, um biólogo marítimo, defendeu em 1930 uma teoria segundo a qual os nossos antepassados, passaram por uma fase em que, diferentemente de outros humanóides, vivemos na água.



  • * A camada de gordura subcutânea agarrada à pele é exclusiva do homem

  • * As direcções dos sistemas pilosos do homem, são diferentes das dos símios, porque, talvez, os nossos sistemas pilosos evoluíram como um ganho hidrodinâmico quando o corpo humano se movia na água.

  • Possuímos colunas vertebrais mais flexíveis do que a dos símios, que nos permite nadar, mais como lontras, do que como primatas.

  • Choramos copiosamente, como outros animais marinhos, mas não como os primatas.

  • Possuímos um sentido de equilíbrio tão bom como o do leão-marinho e muito melhor do que qualquer primata.

  • Perdemos a cobertura de pele comprida e felpuda típica dos primatas, mas não a dos animais marinhos, que possuem pêlos curtos ou são destituídos deles. Esta perda facilitaria os nossos movimentos na água.

  • Temos uma espécie de membrana palmar entre os dedos das mãos e dos pés, mais uma vez ao contrário de qualquer outro primata. Embora neste momento seja apenas residual, é especialmente óbvia, quando o polegar é afastado do indicador. Essa prega palmar não existe nos primatas.

  • Podemos nadar com muita eficácia, ao passo que os grandes símios não nadam de todo.

  • Podemos suster a respiração debaixo de água, durante mais de três minutos.

  • Possuímos um “reflexo de mergulho” que fecha automaticamente a passagem de ar e contrai as pequenas condutas de ar para os pulmões; ao mesmo tempo os batimentos cardíacos abrandam para metade e o sangue é desviado para os órgãos vitais, protegendo-os dos efeitos da cessação temporária da respiração. Em contrapartida, um chimpanzé ou um gorila, uma vez debaixo de água, entrariam em pânico, o coração aceleraria e não tardariam a afogar-se, como muitos jardins zoológicos aprenderam quando instalaram pela primeira vez fossos com água na cerca dos macacos.

  • Possuímos um formato de nariz único, que protege as narinas da entrada da água quando mergulhamos. Nenhum outro primata possui um nariz desse tipo.

  • Os recém-nascidos sustêm automaticamente a respiração quando colocados debaixo de água e nadam sem medo.

  • Acima de tudo, possuímos um apreço invulgar pela água e regressamos a ela de centenas de maneiras diferentes, fazemos passeios e férias à beira-mar. Mesmo em casa, uma das coisas mais calmantes que podemos fazer é relaxarmo-nos num banho quente.

Sinopse. O Animal Humano - Desmond Morris (zoólogo e antropólogo)

Escravatura: Quem, Onde, Quando.



Nação pioneira no tráfico negreiro, Portugal foi também o último país da Europa Ocidental a abolir a escravatura. É certo que em 1836 o Governo do marquês de Sá da Bandeira anunciara a extinção da escravatura, mas tal não passou de letra morta, ao contrário do resto da Europa, onde o movimento abolicionista ia somando vitórias: o Império Britânico extinguiu oficialmente a escravatura em 1838, a Suécia em 1843, a França em 1848, a Holanda em 1863.

Do outro lado do Atlântico, a abolição triunfou nos Estados Unidos em 1865, depois de uma sangrenta guerra civil, mas muitos dos estados nortistas tinham já ilegalizado a escravatura há várias décadas. O Sul profundo obstinara-se, contudo, em manter a "instituição peculiar", um eufemismo destinado a camuflar a realidade trágica da escravatura, que tentava justificar do ponto de vista moral através de uma abusiva interpretação da bíblica maldição de Cam.


Na América Latina, o processo é mais lento, com a abolição a acontecer em Porto Rico em 1873 e em Cuba apenas em 1886. O Brasil foi o último país do continente americano a pôr fim à escravatura, em 1888, numa altura em que as revoltas de escravos se sucediam em catadupa e os fazendeiros eram já incapazes de evitar a fuga em massa de cativos.


Embora perseguidos pelos barcos de guerra britânicos desde que em 1808 Londres decidiu proibir o tráfico, os navios negreiros brasileiros continuaram a abastecer-se em África, contando com a conivência tanto de muitos chefes africanos como de certos portugueses estabelecidos no Continente Negro.


A oposição dos britânicos aumentou os riscos do comércio, mas fez subir muito os potenciais lucros. Na Baía pagava-se, em 1815, 150 mil réis por um "bom escravo", ou seja, homem, jovem e saudável; Em 1848, o preço rondava os 400 mil réis. Uma boa justificação para a persistência de Félix de Souza, um luso-brasileiro, que a partir da fortaleza de São João Baptista de Ajudá, na costa do actual Benim, se encarregava de fornecer escravos aos fazendeiros do Brasil. Tendo deixado uma enorme prole de mulatos no golfo da Guiné, De Souza mereceu ser tema do livro de Bruce Chatwin intitulado O Vice-Rei de Ajudá.
Sinopse. Diário de Notícias

22.11.06

Apenas um Clube Bizarro?



Para muitos leigos, a Maçonaria é apenas um bizarro clube de velhos amigos, uma rede de associados que proporciona lucrativos contactos de negócios e influências aos seus membros. O seu ritual é considerado ridículo – com os irmãos a arregaçar uma perna das calças e a prestar juramentos arcaicos e sem sentido.

Embora, sem dúvida, muitos maçónicos modernos aceitem a sua iniciação solenemente e com um sentido de espiratualidade, o quadro global é o de uma organização que esqueceu o seu significado original.

De facto, a corrente dominante da Maçonaria actual é a da Grande Loja, cuja formação é relativamente recente – no dia de João Batista (24 de Junho), em 1717. Antes fora uma verdadeira sociedade secreta, mas o aparecimento da Grande Loja marcou uma era em que ela já se transformara num famoso clube de jantares e que se tornara semipública porque já não havia segredos a guardar
Sinopse. O Segredo dos Templários (Lynn Picknett & Clive Prince)

Felicidade (flashes)

  • «Desejo-lhe felicidades. Não todas, mas algumas...»
  • «Quando eu era pequeno, pensava que bem estar e poder me fariam feliz. Tinha razão(Gary Wilson)
  • «A felicidade não se conjuga no presente mas sim, segundo a idade, no passado ou no futuro.»
  • «Estava bem arranjado se a minha felicidade dependesse do Diário da República» (Luís Sttau Monteiro)
  • «De todas as ideias políticas, talvez a mais perigosa seja o desejo de fazer as pessoas felizes e perfeitas. A tentativa de criar o céu na terra produziu sempre o inferno.» (Karl Popper)
  • «Felicidade e inteligência raramente são encontradas na mesma pessoa» (William Feather)
  • «Toda a política financeira de Gladstone, ministro da rainha Vitória em 1853, resumia-se na sua frase: "procurar a maior felicidade possível, para o maior número possível"»
  • «Para poder viver um estado de felicidade calma e harmoniosa o homem deve libertar-se de tudo o que possa perturbar a sua serenidade, abolir o seu receio de sofrimentos terrestres assim como o terror supersticioso das potências divinas e dos castigos que elas aplicam após a morte. Para o homem o mais difícil é deixar de ter medo dos deuses. (Epicuro)

21.11.06

Póquer e Linguagem Corporal

A linguagem visual do corpo, é claramente um poderoso sistema de comunicação, que está ligeiramente menos sobre o nossa controle do que imaginamos. A razão não é difícil de encontrar. A quantidade de elementos que participam de forma inconsciente é tão grande, que revelam inevitavelmente os nossos sentimentos íntimos.

Onde a supressão da linguagem corporal é mais importante, é na esfera do póquer profissional. Os grandes jogadores sabem, que têm de descobrir formas especiais de verem o que está por detrás das estratégias de simulação dos restantes jogadores, tem que procurar os pequenos sinais reveladores, que nem os bons jogadores conseguem suprimir completamente. As mais úteis são as seguintes:
  • Ao olhar para as cartas, um jogador detém-se mais tempo numa má “mão” do que numa boa;
  • Se a “mão” o excita, o piscar de olhos aumenta quando olha para as cartas. (Os óculos escuros são usados para estes efeitos);
  • Se tem boas cartas, será incapaz de impedir a dilatação das pupilas, e a pequena mancha preta no centro dos olhos aumentará visivelmente de tamanho (mais uma situação para óculos escuros);
  • Se tem uma boa “mão”, é provável que afaste o olhar depois de observar as cartas e não estabeleça contacto visual com os outros jogadores. Se olhar de uma maneira peremptória para os outros jogadores, é provável que tenha uma má “mão”;
  • Se tem uma boa "mão", relanceará brevemente o olhar para o seu monte de fichas antes de afastar os olhos;
  • Se tem uma má “mão”, fará a sua aposta com um floreado exagerado. Se tem uma boa “mão”, empurrará as fichas de uma forma clara e precisa;

Sinopse. O Animal Humano - Desmond Morris (zoólogo e antropólogo)

20.11.06

Buzzwords: Discriminação racial

  • Os romanos não consideravam cidadãos quem não pertencesse ao império. A Igreja não concedeu "alma aos negros" antes do século XVIII. Ou seja, discriminação racial pura, baseada em princípios de superioridade de uma raça sobre outra sempre existiu, sendo, dessa forma de pensar, Hitler, apenas um expoente recente.

  • A França, na sequência dos recentes actos de vandalismo urbano e que se estão ali a tornar recorrentes, criou um "organismo", no caso a "A Alta-Autoridade de Luta contra a Discriminação e pela Igualdade", segundo o princípio de que toda a miséria humana deve principalmente servir para empregar burocratas.
    Ninguém sabe, quanto custou a dita a "Autoridade". De qualquer maneira, de acordo com uma regra já estabelecida e provada acabará por custar entre metade e dois terços do dinheiro efectivamente usado em benefício de quem precisa dele. O "modelo social europeu" chegou ao extremo do absurdo e do grotesco. Quando os carros voltarem a arder nas ruas de França, não perguntem porquê.

  • Ser anti-racista não é negar a existência das raças. Ser anti-racista é negar a discriminação de um ser humano em função da sua raça.

  • A maioria das pessoas confunde racismo com discriminação. Não é a mesma coisa.

João XXIII - Um enigma da Igreja



O cardeal de Veneza, Angelo Roncalli é eleito Papa em 1959. Toma o nome de João XXIII, o que causou alguma contestação e surpresa. Este nome “João XXIII” tinha sido anatemizado pela igreja porque já tinha sido usado no século XV por um anti-papa que abdicara em 1415.
Surpreendente também, que o nome em questão era também o que usava o Grão-Mestre do Priorado do Sião, o intelectual Jean Cocteau. Tanto este como Roncalli morreriam em 1963.
Em 1976 é publicado em Itália um livro que afirma que o Papa João XXIII era secretamente um membro da irmandade Rosa-Cruz, na qual se filiara quando era Núncio papal na Turquia.
Qualquer que seja a verdade subjacente, não há dúvidas que foi o Papa João XXIII o responsável por trazer a Igreja para o século XX. Tal foi conseguido no Concíclio Vaticano II. Reviu também a posição da Igreja quanto à Maçonaria, quebrando pelo menos dois séculos de tradição, e permitindo aos católicos ser maçons. Este papa emitiu uma Carta Apostólica profundamente importante.
Referia-se nela ao “Precioso Sangue de Jesus”, atribuindo-lhe um significado sem precedentes e alterando toda a base da crença cristã. Assim, se a redenção do Homem se obteve pelo derramamento do sangue de Jesus, a sua morte e ressurreição, tornavam-se secundárias – se não mesmo supérfluas - Jesus não precisava de ter morrido na cruz, para que a Fé mantivesse a sua validade.
Sinopse. O Sangue de Cristo e o Santo Graal – Michael Baigent e outros

19.11.06

Pois é ...

  • «O mundo está cheio de pessoas honestas. Reconhecem-se porque praticam as más acções com menos habilidade» (C.Péguy)
  • «Dignidade não consiste em possuir honras e sim em merecê-las» (Aristóteles)
  • «Um homem não morre pelos seus negócios, mas deixa-se matar pelos seus ideais» (Hitler - Mein Kampf)
  • «Ajuizamo-nos pelos nossos ideais, aos outros pelos seus actos» (Harold Nicolson)
  • «As ideias erradas não deixam de o ser, mesmo que milhões de pessoas as aceitem como boas»
  • «A questão está em que, em regra, os antigos já tiveram as ideias todas» (Mark Twain)

18.11.06

Canal da Memória

* Novembro de 1910: É promulgada a primeira lei do inquilinato do novo regime republicano. A primeira novidade desta disposição é o pagamento das rendas de casa ao mês em vez de ao trimestre ou ao semestre. Lei contestada pelos proprietários que entretanto receberam a regalia de poderem aumentar as rendas no fim de cada período de arrendamento.

* Brito Camacho publica em Dezembro de 1910 uma lei que regulamenta o direito à greve e o lock-out. São proibidos os piquetes de greve e é instituída a exigência do aviso prévio com uma semana de antecedência.


* Na sequência de um golpe militar monárquico e da reacção das forças republicanas (Revolta de Monsanto 23.01.1919), o ministro plenipotenciário dos EUA em Lisboa, propõe aos representantes das outras potências aliadas a criação de um protectorado sobre Portugal, com a inerente interferência nos assuntos portugueses. Navios de guerra de diversos países fundeiam no Tejo.

* Setembro de 1911: entra em vigor uma reforma ortográfica. Entre outras são abolidas as consoantes dobradas e o "ph", "th", "rh" e "y" e é introduzido o acento grave, agudo e circunflexo.


* O Congresso dos Estados Unidos da América aprova (Março de 1907) o "Imigration Act" e imediatamente é decretada a proibição da imigração japonesa para protecção dos trabalhadores americanos. Pouco depois o mesmo Congresso vota uma emenda que interdita a entrada em território americano a indigentes, criminosos, anarquistas e portadores de doenças graves.

* Lei Seca. A 18 de Dezembro de 1917, é aprovada a 18ª emenda constitucional que proíbe as bebidas alcoólicas.

17.11.06

Publicidade



«É uma grande arte, saber como vender vento» (Gracian y Morales)

«Publicidade é o meio mais barato de fazer vender coisas, principalmente quando não tem valor. (Sinclair Lewis)

«Publicidade é a arte de fazer parar o intelecto humano durante o tempo suficiente para lhe retirar dinheiro» (Stephen Leacock)

«Metade do que eu gasto em publicidade, é dinheiro deitado fora. O problema é saber que metade» (John Wanamaker)

Quase toda a publicidade funciona assim: Promete um mundo de ilusão. As raparigas que comerem certos produtos terão corpos como o da Cindy Crawford; os homens que comprarem uma dada marca de carro rivalizarão com Robert De Niro; as mulheres que usarem determinados cremes serão tão bonitas como a Isabella Rosselini; e até as que preferirem um dado cartão de crédito serão longilíneas como a Fernanda Serrano. Imagens ...

Vivemos, naquilo que poderemos designar por sociedade da insatisfação. As pessoas, tendo hoje uma vida melhor do que tinham há vinte ou trinta anos, são muitas vezes mais infelizes. Sentem-se porém insatisfeitas quando não podem consumir o que a publicidade lhes propõe.

Nota - Estudos mostram uma tabuleta em argila encontrada por arqueólogos, a qual continha inscrições babilônicas, anunciando a venda de gado e alimentos, demonstrando que já se utilizava de algum tipo de publicidade na antiguidade. Foi, porém, após a Revolução Francesa (1789), que a publicidade iniciou a trajetória que a levaria até o seu estágio atual de importância e desenvolvimento.

16.11.06

O Estado perfeito, segundo Platão


Um governo exercido por filósofos que exerceriam o poder em forma de “paternalismo absolutista”. Estes viveriam em comunidade de tipo comunista, sendo-lhes vedado ter propriedade ou família, para que não descurassem os negócios do estado e, ainda que celibatários, procriariam com mulheres adequadas sob o ponto de vista eugénico. Os filhos seriam educados pelo Estado.
Platão in "República"
O filósofo Platão (428-347 a.C.) foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. O factor decisivo da sua aversão à democracia deveu-se ao julgamento e condenação a que foi submetido o seu velho mestre, o sábio Sócrates, que foi injustamente acusado de impiedade e de ter corrompido a juventude ateniense, educando-a na suspeição dos deuses da cidade.
Caso célebre acontecido no ano de 399 a.C. e que culminou com Sócrates sendo obrigado a beber "cicuta" (veneno oficial com que se executavam os condenados em Atenas). Esse crime jurídico fez com que ele passasse a dedicar-se, entre outras coisas, à busca de um regime político ideal, que evitasse para sempre a possibilidade de se reproduzir uma injustiça como a que vitimou o velho sábio.

Entre Aspas

  • «São as leis da genética. Por exemplo: se os seus pais não tiveram filhos é provável que você também os não venha a ter»
  • «Pode mandar-se prender aqueles que dizem a verdade, mas não se pode mandar prender a verdade»
  • «Os ilustríssimos cardeais estão realmente a precisar de uma ilustríssima aposentação» (Frei Bartolomeu dos Mártires)
  • «Muita gente em anteriores gerações, não abdicou de ter opiniões mesmo que isso significasse a perda de lugares. Hoje, há muita gente que não abdica de ter lugares, mesmo que isso implique deixar de ter opiniões»
  • «O conhecimento é o processo através do qual se elimina a informação inútil»

15.11.06

Mulheres, Arcos Góticos e Clitóris


Historicamente a Igreja Católica na sua milenar sabedoria sempre promoveu regras inibitórias que, no essencial, conduziam ao “controle das mulheres”. Elas deveriam aprender a encarar o sexo com apreensão, porque conduz, inevitavelmente às dores de parto.
Esta ideia era central, no modo como as mulheres eram encaradas pela Igreja, e pelos homens, em geral, ao longo dos séculos. Se as mulheres perdessem o receio do parto, sem dúvida que o caos se instalaria.

Desde a época misógina dos primeiros tempos da igreja, quando ainda (por influência de Aristóteles) se duvidava que as mulheres tivessem alma, tudo foi feito para as fazer sentir profundamente inferiores, a todos os níveis.
Não lhes ensinavam que eram pecaminosas, em si mesmas, mas que também eram a maior – por vezes a única – causa de pecado do homem. Aos homens era ensinado que, ao sentirem genuíno desejo sexual, estavam apenas a reagir às artimanhas diabólicas da mulher, que os enfeitiçava e os atraía para actos que, de outro modo, eles nunca teriam considerado. Uma expressão extrema dessa atitude encontra-se na ideia da igreja medieval, de que uma mulher violada era responsável não só por provocar o acto contra si mesma, mas também pela perda da alma do violador …

Subjacente ao ódio e ao medo das mulheres, estava o conhecimento de que elas tinham uma capacidade única para sentir prazer sexual. Os homens medievais podiam não ter beneficiado da actual educação anatómica, mas a investigação pessoal não podia ter deixado de revelar a existência do órgão, curiosamente ameaçador, o clítoris. Essa pequena protuberância, tão inteligentemente – embora subliminarmente – celebrada com o botão de rosa, no topo dos arcos góticos, é o único órgão humano cuja função é “unicamente” a de dar prazer.
As implicações desse facto são, e sempre foram, enormes e estão no âmago de toda a supressão patriarcal, por um lado, e de todos os ritos sexuais tântricos e místicos e até culturais – veja-se a mutilação sexual feminina praticada em algumas culturas (excisão) - por outro. O clitóris, que ainda hoje não é considerado um tema adequado a discussão, revela que as mulheres se destinavam a ser sexualmente estáticas, talvez ao contrário dos homens, cujo órgão sexual tem a dupla função urinário e reprodutor.
Sinopse. O Segredo dos Templários (Lynn Picknett & Clive Prince)

13.11.06

Amor: Uma palavra, mil definições

  • «Só há um amor até à morte: o último» (Jacinto Miquelarena)
    «Ama a quien no te ama, responde a quien no te llama, andarás carrera vana» (Refrán español )
  • «Com o amor acontece o mesmo que com as aparições dos espíritos: toda a gente fala nele, mas muito poucos o viram» (La Rochefoucauld)
  • «Namorados ? - Actualmente não lhes perguntem o que andam a fazer, mas apenas em que posição o fazem. (Grafiti)
  • «Quase se pode indicar uma data, a partir da qual é reconhecido o "amor livre". Ocorre durante a Comuna de Paris que o faz, implícitamente, ao afirmar o direito dos filhos naturais.

12.11.06

Sexualidades...


Nos EUA a lei proibe qualquer investigação sobre a conduta sexual das queixosas, nos casos de assédio sexual. (Violence Against Women Act – 1994)

«Até na dança o esquema de "resfriamento" sexual funciona: das danças melódicas, suaves, de ritmo lento, passou-se às músicas barulhentas e aceleradas, que dispensam o contacto corpo-a-corpo, como mais uma forma de eliminar o erotismo e a sexualidade de homem/mulher. E o barulho da música de hoje tem, ainda, a função de entorpecer os sentidos... »
«Os ritmos actuais são formas simiescas de diversão que não tem mais reflexo que o sensualismo e a bestialidade do homem, que bem pode enquadrar-se naquilo que Henry Ford designou de música para animais»

«Com uma concentração no corpo dos homens negros de entre 3 e 17% de hormonas masculinas, "testosteronas e derivados" (as quais controlam ou regulam a impulsividade, o desejo sexual, os desejos primários), não é difícil entender porque às vezes, nos resulta aparente o seu alto nivel confrontacional ou a violencia e a selvajeria da sua conduta em muitos casos; mesmo assim, não é raro ver as razões porque a maioria dos violadores em todas as partes do mundo, são negros»

«Cada época tem a sua: a lepra na Idade Média, a sífilis na Renascença, a tuberculose na Revolução Industrial, depois o cancro, a seguir a sida... Na sexualidade, a falta de desejo será a disfunção-metáfora de uma sociedade que banalizou o sexo»

«No ser humano tudo emana de dois motivos: o impulso sexual e o desejo de ser grande» (Freud)

11.11.06

...As mulheres tinham alma?


(...) diz-nos ele (Aristóteles) na sua Metafísica que a união dos sexos torna possível a reprodução do seguinte modo: o sémen do homem dá ao ser em formação, a identidade, a essência e a ideia, ao passo que a mulher apenas fornece a matéria do futuro ser, ou seja, o corpo.
E diz o grande Aristóteles que o sémen não é um fluído material, mas inteiramente metafísico. O esperma do homem é a essência, é a potencialidade essencial que transmite a virtualidade formal do futuro ser. O homem transporta no seu sémen o hálito, a forma, a identidade que faz das coisas matéria viva. É enfim o homem que dá alma à coisa.

O sémen tem o movimento que lhe imprime o seu progenitor, é a execução de uma ideia que corresponde à forma do pai, sem que isto implique a transmissão de matéria por parte do homem. Em condições ideais o futuro ser tenderá para a identidade completa do pai. O sémen não é uma parte do ser em formação do mesmo modo que nenhuma partícula de substância passa do carpinteiro para o objecto, também assim nenhuma partícula de sémen pode intervir na composição do embrião, do mesmo modo que a música não é o instrumento nem o instrumento a música. E, contudo, a música é idêntica à ideia prévia do autor.

(...) se levarmos este conceito de Aristóteles ao seu extremo lógico, veremos que não existe razão para supor a existência de alma nas mulheres.
(...) É evidente o carácter metafísico do sémen, posto que é o único fluído que não necessita de ser evacuado.
Extractos do livro "O Anatomista" de Federico Andahazi

10.11.06

Com Aliados destes, para quê inimigos?


O casamento de D. João I com Filipa de Lencastre (1373) marcou o início da mais antiga aliança diplomática entre dois países, actualmente em vigor - Portugal e a Inglaterra.

No fundo, destestando-se cordialmente, esta Aliança serviu sobretudo ao longo do tempo, para vincar ainda mais as animosidades e crispações existentes entre ambas as nações e respectivos povos. De nós os britânicos só gostam do vinho do Porto; deles também não nutrimos qualquer simpatia especial, embora tivessemos, por contingências impostas pela tecnologia, de adoptar o inglês como segunda língua, muito por influência dos Estados Unidos.

Por cá, se uns recordam o incidente do Ultimatum e toda a questão em torno do Mapa Cor de Rosa, outros recordam as monumentais cenas de pancadaria, que invariavelmente esperavam os marinheiros ingleses sempre que a esquadra inglesa (Home Fleet) visitava Lisboa.
Um exemplo de funcionalidade da Aliança Luso-Britânica: Em Agosto de 1838 é assinado um tratado entre a Grã-Bretanha e a Alemanha prevendo, em cláusula secreta a divisão das colónias portuguesas ao sul do equador: para os alemães ficariam regiões ao norte do Zambeze, o sul de Angola e Timor; para os ingleses a parte norte de Angola.

Não obstante este facto e porque a diplomacia é assim mesmo, em Outubro de 1899, celebra-se em Portugal, entre este país e a Grã-Bretanha, o Tratado de Windsor. São reafirmados os antigos tratados de amizade e garantida a integridade das colónias portuguesas, inviabilizando o tratado anglo-alemão anterior.

A Declaração (de alguns) Direitos do Homem


A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, elaborada segundo o modelo que serviu de suporte à Constituição dos EUA, foi aprovada pela Assembleia Nacional Francesa em Agosto de 1789, debaixo do tema Liberdade, Igualdade, Fraternidade.

Defendia o princípio de todos os homens nascem livres e iguais, a liberdade, a tolerância religiosa a separação dos poderes e o direito à propriedade privada.

Porém, não fazia qualquer alusão à escravatura, ao sufrágio universal, ao direito ao trabalho, à liberdade de comerciar e à igualdade dos sexos. A Declaração destinava-se sobretudo a marcar as conquistas da burguesia contra a velha ordem instituída e acabou por se tornar o manifesto da Revolução Francesa.

9.11.06

Canal Memória

Corria o ano de 1937. O embaixador de Espanha fora tranferido para um país da América do Sul. Para o seu lugar, o governo espanhol de Francisco Franco indigitou um diplomata de carreira. Em conformidade com as praxes da época, o diplomata teria que ser aceite pelo governo português, na altura o de António de Oliveira Salazar.

Para surpresa geral em Espanha e também em Portugal o presidente do conselho português não concordou com a nomeação e tiveram que se encontrar alternativas dentro dos quadros diplomáticos de Espanha.

Porque rejeitara Salazar a personalidade proposta, pessoa com um alto curriculum no mundo da diplomacia? Pois ... por causa do nome. O embaixador proposto para Lisboa chamava-se "D. Xavier de Porras y Porras". Salazar diria na altura, - "não é só pelo nome, é pela insistência".

Credores ...

  • "Um credor é pior que um senhor de escravos, já que um senhor é dono apenas da pessoa enquanto que um credor é dono da nossa dignidade e pode comandá-la" (Victor Hugo)
  • "Credores: acabas sempre por lhes pagar. Ou com o que tens, ou com o que és. (Ludwig Borne)
  • "Credor preferencial é a primeira pessoa a quem dizem que já não há dinheiro" (Financial Times)
  • "Comprar a crédito é como apanhar uma bebedeira. O efeito é imediato e põe-nos bem dispostos... A ressaca vem a seguir"
  • "Falência é um procedimento legal, em que se coloca o dinheiro no bolso traseiro das calças e se dá o casaco aos credores" (Paul Steiner)

Ângulo inverso: Uma religião híbrida


Constantino era também um excelente homem de negócios. Percebeu que o cristianismo estava em ascensão e limitou-se a apostar no cavalo vencedor. Fundindo símbolos datas e rituais pagãos com a crescente tradição cristã, criou uma espécie de religião híbrida que era aceitável para ambas as partes.
Uma adulteração grotesca.

Os vestígios da religião pagã na simbologia cristã são inegáveis. Os discos solares egípcios tornaram-se os halos dos santos católicos. Pictogramas de Ísis a cuidar do seu miraculosamente concebido filho Horus tornaram-se o modelo das nossas modernas imagens da Virgem com o Menino. E praticamente todos os elementos do ritual católico … a mitra, o altar e a comunhão, o acto de «comer Deus»… foram directamente tirados de religiões pagãs anteriores.

No cristianismo, nada é original. O deus pré-cristão Mitra … chamado «Filho do Sol e Luz do Mundo»… nasceu a 25 de Dezembro, morreu, foi sepultado num túmulo de rocha e ressuscitou três dias mais tarde. A propósito, 25 de Dezembro é também o dia de aniversário de Osíris, de Adónis e de Dionísio. O recém-nascido Krishna foi presentreado com ouro, incenso e mirra.

Até o dia santo semanal do cristianismo foi roubado aos pagãos. Originariamente o cristianismo honrava o «Sabat» judeu, ao sábado, mas Constantino mudou-o de modo a coincidir com o dia da veneração do Sol dos pagãos.

(...) Durante esta fusão de religiões, Constantino que precisava da força da nova tradição cistã, convocou a famosa reunião ecuménica conhecida como Concílio de Niceia.
Nessa reunião foram discutidos e votados muitos aspectos do cristianismo: a data da Páscoa, o papel dos bispos, a administração dos sacramentos, e claro, a «divindade de Jesus»

Até àquele momento da História, Jesus tinha sido visto pelos seus seguidores como um profeta mortal … um grande homem, e poderoso, mas apesar de tudo «homem». Um mortal.
O estabelecimento de Jesus como «Filho de Deus» foi oficialmente proposto e votado no concílio de Niceia. – Está a dizer-me que a divindade de Jesus resultou de uma «votação»? – Sim, e bastante renhida por sinal.

Em todo o caso, estabelecer a divindade de Jesus era crucial para a unificação do Império Romano e para a base de poder do novo Vaticano. Ao avalizar oficialmente Jesus como Filho de Deus, Constantino estava a transformá-lo numa divindade que existia para lá do âmbito do mundo humano, uma entidade cujo poder era indiscutível. O que não só prevenia futuros desafios pagãos ao cristianismo, como estabelecia que os seguidores de Cristo passavam a só poder redimir-se através do canal sagrado acabado de criar: a Igreja Católica Romana.
Sinopse. Fonte: Código DaVinci - Dan Brown

8.11.06

A Proporção Divina


(...) – Mas o que é que isso (PHI) tem a ver com arte? (...) Projectou um novo diapositivo, um pergaminho amarelado no qual estava representado o famoso nu de Leonardo da Vinci, «O Homem de Vitrúvio» assim chamado em honra de Marcus Vitruvius o brilhante arquitecto romano que exaltou a Proporção Diviva no seu texto «De Achitectura».

– Ninguém compreendeu melhor que da Vinci a estrutura divina do corpo humano. Da Vinci chegava ao ponto de exumar cadáveres para estudar as proporções da estrutura óssea do ser humano. Foi o primeiro a mostrar que o nosso corpo é literalmente formado por blocos constituitivos cuja razão proporcional é sempre igual a PHI.

- Meçam a distância do topo da vossa cabeça ao chão. Então dividam esse valor pelo da distância do vosso umbigo até ao chão. Adivinhem que número vão obter …
- Meçam a distância do ombro às pontas dos dedos, e então dividam-na pela distância do cotovelo à ponta dos dedos. Outra vez PHI.
- Anca ao chão a dividir por joelho ao chão … Articulações dos dedos das mãos. Dos pés. Divisões espinais. PHI, PHI, PHI.
Quando os Antigos descobriram o número PHI, tiveram a certeza de que tinham encontrado o tijolo que Deus usara para construir o mundo.
(...) Durante a meia hora seguinte, mostrou-lhes diapositivos de obras de Miguel Ângelo, da Vinci e muitos outros demonstrando a obediência intencional e rigorosa de todos estes artistas à Proporção Divina na disposição das respectivas composições. Mostrou a presença do número PHI no Pártenon de Atenas, nas pirâmides do Egipto e até no edifício das Nações Unidas em Nova Iorque.
O número PHI aparecia na estrutura organizacional das sonatas de Mozart, na 5ª Sinfonia de Beethoven, na obra de Bartók, Debussy e Schubert. O número PHI foi inclusivamente usado por Stradivarius para calcular a localização exacta dos espelhos dos seus famosos violinos
(...)
Para terminar, voltamos aos símbolos. Traçou cinco linhas que se interceptavam para formar uma estrela de cinco pontas. – Um pentagrama. É considerado por muitas culturas simultaneamente divino e mágico. Porquê? Porque se traçar um pentagrama, as linhas dividem-se automaticamente em segmentos de acordo com a Proporção Divina. As razões dos segmentos lineares num pentagrama são todas iguais a PHI o que faz este símbolo a expressão perfeita da Proporção Divina. Por esta razão a estrela de cinco pontas sempre foi o símbolo da beleza e da perfeição.
Sinopse. Fonte: Código DaVinci - Dan Brown

Ângulo inverso: A Bíblia reescrita


O busílis da questão é o seguinte: uma vez que Constantino «promoveu» Cristo a divindade quase quatro séculos «depois» de ele ter morrido, havia já milhares de documentos que relatavam a sua vida como um homem «mortal». Constantino sabia que, para reescrever os livros de História, precisava de um golpe de ousadia. Foi daqui daqui que nasceu o momento mais profundo da história do Cristianismo.

Constantino encomendou e financiou uma nova Bíblia, que omitia os evangelhos que falavam das características «humanas» de Cristo e dava destaque aos que faziam dele um deus. Os evangelhos mais antigos foram banidos, arrebanhados e queimados.

Uma nota interessante – Quem continuasse a preferir os evangelhos proibidos à versão de Constantino era declarado herético. A palavra «herético» nasceu nessa altura. O termo latino «haeriticus» significa «escolha». Os que «escolheram» a história original de Cristo foram os primeiros «heréticos» do mundo.

(...) Além disso, Jesus como homem casado faz infinitamente mais sentido do que a tradicional versão bíblica de Jesus como homem solteiro (...) Porque Jesus era judeu, e o decoro social daquela época praticamente proibia que um judeu adulto não fosse casado. O costume judaico condenava o celibato, e a obrigação de qualquer pai era procurar uma esposa adequada para o filho. Se Jesus não fosse casado, pelo menos um dos evangelhos mencionaria o facto e proporia uma explicação qualquer para esta anormalidade.
Sinopse. Fonte: Código DaVinci - Dan Brown

Paciente psicanalisado, ACUSA (2)


…continuado
O psicanalista, que se intitula cientista, vive no universo da fantasia; cogita quimeras, sonhos, estereótipos, e coisas semelhantes. Situações concretas que testemunhei:

M.R.A, 23 anos de idade, solteira, estudante universitária, 4 anos de análise, com queixas de cansaço, fadigabilidade, pressão na cabeça, tonturas, refere que não tem ânimo mais para viver, sente-se inútil, o seu rendimento escolar está prejudicado por dificuldade de prestar atenção; há cerca de 11 meses iniciou um ritual de compulsão e obsessão, a sua mente permanecia ocupada com pensamentos "estranhos"repetitivos ”do tipo "será que eu fechei a porta do meu carro", algumas vezes lavava as mãos várias vezes pois as sentia suadas, sujas e pegajosas.

Havia uma inquietação interna na sua mente, tentava disfarçar mas os pensamentos sempre voltavam, com maior intensidade e freqüência, apesar de ser virgem e nunca ter tido contato sexual de espécie alguma, já havia realizado teste laboratorial de gravidez várias vezes, pois temia engravidar pelo suposto esperma do seu irmão mais velho.

O Psicanalista firmou o seguinte diagnóstico: Desejo incestuoso pelo pai representado pelo seu substituto seu irmão, ódio pela mãe para ficar com o pai, anorgasmia de objeto do pênis do pai. Quando a paciente abandonou a análise, o psicanalista vociferou: você não quer enxergar a verdade! Peregrinou pelos terreiros dos centro espiritas e etc...

Diagnóstico psiquiátrico : Transtorno do espectro obsessivo compulsivo em paciente portadora de depressão prévia. Foi submetida a terapia psicofarmacológica, com antidepressivo tríciclico do tipo Clorimipramina e psicoterapia cognitiva comportamental. Após 3 meses de tratamento refere: "A minha vida mudou, não tenho mais aqueles pensamentos ridículos e parasitas na minha mente, hoje posso ocupá–la com os estudos, a minha família e o meu namorado. Não sei por quanto tempo vou ter que tomar esse remédio e fazer essa nova terapia, mas o importante para mim e estar bem comigo mesma". (...)

Sinopse. Livro “Acuso” de Diógenes Magalhães

7.11.06

Close-Up: Anarquismo


O Anarquismo é uma teoria libertária que assenta na ausência de Estado e que pretende subverter completamente a ordem social. Repudia totalmente qualquer tipo de hierarquia imposta ou domínio de umas pessoas sobre as outras. O seu primeiro defensor foi o inglês W.Godwin e o seu mais importante teórico Proudhon. A estes dois seguiram-se Kropotkine, Malatesta e Bakunine, este um revolucionário russo, anti-estatista que se opôs a Marx.

Para os teóricos anarquistas, o ser humano é naturalmente bom e dotado de direitos inalienáveis de liberdade e de igualdade. Todos os vícios e males sociais resultam da opressão do homem pelo homem, consequente da divisão em classes, por virtude do monopólio dos bens permitido pelo direito de propriedade, que tem a sua expressão coerciva no Estado e no Direito. Estado e direito positivo são, pois, ilegítimos.

Destruida a divisão em classes, abolida a propriedade, varrido o Estado com a sua ordem imposta pela coação, os homens readquiririam a liberdade e igualdade naturais, através da qual criarão uma ordem expontânea, mediante a associação livre e aberta em Cooperativas.
Na sociedade anárquica a única fonte do Direito, é o contrato livremente celebrado e a todo o tempo resolúvel.

Arte de governar

  • "Dá o que não é teu ! – Conselho de Álvaro Pais ao Mestre de Aviz, que lhe confessava não saber como governar"
  • "O negócio do governo é manter o governo fora dos negócios, isto é, a não ser que os negócios necessitem da ajuda do governo"
  • "Os governos não se derrubam: ou caiem por si ou não caiem"
  • "A garantia mais importante que o Estado de Direito dá ao cidadão, é que ele é governado por leis e não por pessoas"
  • "Deixem-me em paz com as vossas histórias de caixote de lixo. O Governo governa. Os que revolvem caixotes de lixo, revolvem caixotes de lixo. Cada um faz o seu trabalho" (Alain Juppé - 1º Ministro francês)

Paciente psicanalisado, ACUSA


A intenção do autor deste livro é desmascarar a farsa da psicanálise, é denunciar os crimes por ela cometidos. A psicanálise não é ciência, não resolve o caso de ninguém, não dá a ninguém a paz interior que todos desejam: a psicanálise é mentira habilidosa, que alguns embusteiros encontraram, de tomar impunemente o dinheiro dos pobres-diabos que os procuram.
O assaltante que vai agir na rua sabe perfeitamente o que o espera: se não tiver sorte, poderá ser preso, espancado, e até linchado; leva grande parte da vida nas prisões, e nunca fica rico, não sai da miséria, não tem futuro, não tem aposentaria, não tem nada.

O psicanalista, pelo contrário: não se arrisca, tem a certeza da impunidade, fica rico, sente-se tranqüilo quanto ao futuro. A polícia não lhe bate á porta, ele não dá satisfação á ninguém dos seus actos, e nunca se vê na contingência de ter de defender-se perante os tribunais. Não conheço nenhum caso de psicanalista processado por não ter cumprido as promessas que faz, de curar neuróticos.

São iguais os objetivos dos assaltantes e dos psicanalistas: arrancar dinheiro dos incaultos. Os métodos são, porém ,diferentes. A psicanálise é muito mais lenta, e a violência que aplica é de cunho psicológico. O psicanalista agride, porém não com armas brancas ou de fogo, e sim com palavras: chama suas vítimas de covarde, mentiroso , homossexual, etc.; e não deixa vestígios. Se eu disser que fui agredido por um psicanalista, ninguém acreditará: Todos querem ver as equimoses — e eu não posso mostrá-las, porque estão na alma.

Paguei durante mais de doze anos, para ser insultado, vilipendiado, desmoralizado por um sujeito que se dizia cientista e era apenas traficante: de ciência não conhece nada. Quem ler este livro até o fim há de ver quais são as tolices que o psicanalista diz, com voz solene e grave, para encobrir as falhas abismais da sua precária erudição. Continua ….
Sinopse. Livro “Acuso” de Diógenes Magalhães

6.11.06

Tempo ...

  • "A vida não é curta, você é que fica morto tempo demais"
  • "A Paciência pode ou não ser uma virtude; depende do tempo que você tem"
  • "Todos te elogiaram, menos eu. Todos te amaram, menos eu. Com o passar do tempo todos te esqueceram, menos eu"
  • "O Tempo é uma certa parte da eternidade"
  • "No dia em que poderás exprimir tudo o que pensas, os descendentes dos teus descendentes terão tido tempo de envelhecer"

Quando a Esquerda se Engana (4)


Só, a Educação não provoca desenvolvimento
…continuado
Estes e outros princípios, estas e outras regras, tiveram um inacreditável sucesso nas sociedades ocidentais durante muitas décadas. Desde o fim da segunda guerra, sem dúvida, mas a expansão destas modas já vinham de antes. A tal ponto que a ideologia extravasou as fronteiras das esquerdas e conquistou o centro político e mesmo muitas áreas da direita menos tradicional. Estas correntes de pensamento fizeram a unidade entre laicos e religiosos; entre políticos e tecnocratas; entre as classes médias e as classes trabalhadoras. O papel determinante, nesta caminhada vitoriosa, foi claramente o dos professores, suas associações e seus sindicatos, que fizeram sua e desenvolveram esta poderosa ideologia. Nada disso teria sido possível, evidentemente, sem a demagogia política ao serviço da democracia de massas e respectiva cultura. (...)

Não pretendo rebater, um a um, todos os argumentos tradicionais da esquerda, entretanto adoptados pelo centro e por grande parte da direita. Mas é possível ver o destino reservado a tantos desejos e a tantas certezas políticas. Por exemplo, os países que mais esforçadamente investiram recursos públicos na educação, quase todos os socialistas de Leste, assim como Cuba, são excelentes exemplos de como a educação não provoca, por si, o desenvolvimento.

Naqueles países, as taxas de alfabetização, de cumprimento da escolaridade, de formação técnica e superior, são quase sem igual no mundo. No entanto, o desenvolvimento económico, tecnológico e cultural desses países ficou muito aquém do verificado nos países capitalistas com que se podem comparar. Naqueles países, aliás, também o desenvolvimento cultural e a liberdade individual ficaram muito longe do crescimento da educação. Noutras palavras, a educação, por si só, não cria cultura nem liberdade. Nem é motor de desenvolvimento.

Quanto à igualdade social, que viria a reboque do desenvolvimento da educação, todos os elementos acessíveis e grande parte dos estudos conhecidos, mostram que também esta não resulta necessariamente da expansão do sistema escolar.

Nas últimas duas ou três décadas, três países, em situações bem diferentes, Portugal, a Grã-bretanha e os Estados Unidos, têm visto aumentar consideravelmente as desigualdades sociais, isto em simultâneo com uma expansão permanente do sistema educativo, com o aumento das percentagens de cada grupo etário nos respectivos níveis de ensino secundário e superior e com uma ampla e quase ilimitada "democratização" do ensino superior. Continua...
Sinopse. Fonte: Texto de António Barreto

5.11.06

Quando a Esquerda se Engana (3)


Não avaliar... para haver democracia

…continuado
Além destes grandes princípios, as esquerdas souberam também desenvolver teorias sofisticadas de pedagogia e de organização escolar. Para realizar a "nova escola", seria necessário pôr em prática vários princípios instrumentais e diversos métodos. Por exemplo, promover a democracia na escola, seja através da participação dos jovens na gestão, seja adoptando o princípio eleitoral para a designação de responsabilidades.

Afastar, tanto quanto possível, mas sem nunca o dizer abertamente, os pais, as famílias e os munícipes da vida da escola, dado que as inspirações mais reaccionárias têm origem nesses grupos sociais. Orientar os estudos e a aprendizagem para "a vida prática", as culturas locais e regionais e as exigências do emprego, a fim de tornar a escola acessível às classes populares, dando-lhes assim mais instrumentos de defesa e promoção.

Reduzir significativamente os estudos clássicos e humanistas, assim como o tempo gasto com o património erudito, privilegiando, em substituição, uma "literacia funcional" e uma formação prática realista que aumente a igualdade de oportunidades. Baixar as exigências e as regras de disciplina a fim de atrair os jovens das classes mais desfavorecidas que tantas vezes ficam à margem dos estudos "livrescos" e demasiadamente eruditos ou científicos.

Tornar o estudo mais fácil, atraente e democrático, a fim de evitar marginalizar os filhos das classes não burguesas, através de novos critérios pedagógicos, que incluem a subalternização dos exames (seriam factores de "stress"), a eliminação dos "chumbos" (que criariam traumas irrecuperáveis), a condenação da memorização (das tabuadas, de textos, de classificações, de datas, de nomes, de factos) e a abolição dos "trabalhos de casa" (dado que em casa só as classes favorecidas têm meios e ambiente para os levar a cabo).

Substituir o "dever de estudar" pelo "prazer de aprender", revalorizando os aspectos lúdicos da escola e eliminando as noções de sacrifício e esforço. Alargar e facilitar o acesso de todos aos níveis secundários e superiores, diminuindo as exigências de mérito, torneando as provas de acesso, eliminando o "numerus clausus", reduzindo o papel dos exames, introduzindo a repescagem, as segundas chamadas, as segundas épocas, as épocas especiais, os recursos e as revisões de provas. continua...

Sinopse. Fonte: Texto de António Barreto

Divagações...

  • Como tinham razão os antigos ao terem o mesmo deus para os comerciantes e para os ladrões...
  • Os naturalistas sabem que os abutres e os chacais não se dão bem, antes pelo contrário, como se cada uma das espécies nutrisse pela outra um profundo desprezo, baseado na reprovação da sua actuação.
  • Se soubermos separar as causas dos efeitos, se soubermos que Marx, Jefferson ou Lenine foram efeitos e não causas...
  • Os habitantes de Jerusalém, centro das três principais religiões monoteístas, costumam ironizar: «Só daqui é que os telefonemas para Deus são facturados como chamadas locais.»
  • Algumas pessoas mudam de partido por causa das suas convicções; outras mudam de convicção por causa do seu partido.

4.11.06

Galeria: Bismarck



Síntese biográfica: Um dos mais importantes líderes nacionais do século XIX; primeiro-ministro da Prússia, unificou a Alemanha, tornando-se o primeiro Chanceler (1871 - 1890) do Império Alemão.

De início extremamente conservador, Bismarck lutou contra o crescente movimento social democrata na década de 1880 ao instituir, de forma pragmática, a lei de acidentes de trabalho, o reconhecimento dos sindicatos, o seguro de doença, acidente ou invalidez entre outras, convencido de que só com a acção do estado na resolução destes problemas se poderia fazer frente às novas ideias políticas. Iniciou então uma série de reformas administrativas internas, criou uma moeda comum para todo o estado, instituiu um banco central e promulgou um código civil e um código comercial comuns a toda a Alemanha. Tornou-se conhecido como o Chanceler de Ferro.

A política de Bismarck pautou-se pelo nacionalismo e pelo militarismo. Jogou a carta do nacionalismo e do militarismo para unir os alemães em torno de um governo autoritário, quase mesmo uma ditadura. Os alemães aprenderam com Bismarck a renunciar à democracia em troca da união política e a infiltração da disciplina militarista em todas as esferas da vida. Não nos devemos pois surpreender que a Alemanha não tenha uma longa tradição democrática. Só após a Segunda Guerra Mundial é que se pode falar em democracia na Alemanha.


Destaques:

  • A União Nacional Alemã, uma associação política de cariz abertamente anti-semita e reivindicando uma política colonial expansiva, é criada em Novembro de 1896 no consulado Bismarck
  • «As simpatias da opinião pública não levam muito longe. Prefiro os batalhões!» (Bismarck)
  • «Os grandes problemas desta época não serão resolvidos com discursos e com votos, mas com ferro e sangue» (Bismarck)
  • Os homens são parecidos com os cães; amam a quem temem. (Bismarck)
  • A faculdade da admiração está muito pouco desenvolvida em mim. (Bismarck)
  • Explicar essa questão (balcânica) a trezentas cabeças de carneiro em nada a simplificaria. (Bismarck referindo-se aos parlamentares do seu país)

A cultura do antifascismo

…continuado.
Grande parte da imprensa da época (1975) nada tem de livre ou democrática. Não se investiga nada. Parte-se do princípio de que o réu (ver posta “Todos os Antifascistas São Bons!!”) - que nem sequer é designado como tal, mas sim como "militante antifascista" - será sempre libertado. Não se pergunta, por exemplo, como se tratou da instrução do processo de modo a que, num mês, o incómodo roubo praticado pela ARA ficasse transformado num gesto precursor do 25 de Abril. Por fim, faz-se apologia da banca nacionalizada como "banca do povo".

O controlo da imprensa por parte do PCP durante o PREC está longe de ser suficiente para explicar esta notícia, tal como não explica os factos nela referidos, nem outros, onde a convicção na superioridade moral do antifascismo permitiu que se cometessem os mais variados abusos. De facto, essa convicção existia (e existe) nos sectores mais alargados da sociedade portuguesa.

Foi a generalização dessa convicção que, por exemplo, logo em Agosto de 1974, permitiu que ninguém se interrogasse sobre factos aparentemente comezinhos como o boicote exercido por um conjunto de actores à representação da peça O Último Fado em Lisboa. Os actores, que se apresentaram como antifascistas, ocuparam a sala e o palco, impedindo que os seus colegas representassem e o público visse aquela peça, que eles consideravam uma afronta ao Portugal revolucionário que defendiam.

Foi a generalização dessa convicção que ainda hoje leva a que, apesar de fascismo e comunismo serem unanimemente considerados totalitarismos, a expressão anticomunista não tenha o mesmo valor que antifascista. Aliás, a palavra anticomunista imediatamente passou a ser acompanhada pelo adjectivo primário. Ou seja, em abstracto concede-se que se possa ser anticomunista, mas na prática aqueles que assim são apelidados logo ficam enredados num atávico primarismo. Já antifascista é uma expressão usada como uma espécie de glorioso bilhete de identidade.

Infelizmente, a chamada cultura do antifascismo está longe de se esgotar em recriações disparatadas sobre o Estado Novo, em que se diz às crianças que, até 1974, as meninas não podiam usar calças nem biquinis e que não se podia aprender a ler.

Ao restringirmos a democracia ao antifascismo, privamos a democracia daquilo que lhe é essencial: o erro. Pelo contrário, totalitarismos e autoritarismos negam que no seu seio este erro possa ocorrer.
O escândalo que agora suscitou a divulgação da destruição dos livros das bibliotecas escolares em 1975, tal como a reacção de vários políticos a propósito das investigações do caso Casa Pia - "É o fascismo de novo!" -, assim como a identificação entre autoridade e autoritarismo são bem sintomáticos de como continuamos a preferir o maniqueísmo das culturas "anti" ao exercício da democracia.
Sinopse. Texto de Helena Matos (O Público)

3.11.06

Verdades, Heresias e Transístores



Este homem, William Shockley (1910-1989) teve uma vida complexa. Foi admirado, exaltado no mundo da ciência. Subiu às estrelas. Foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da física em 1956 pela sua participação na invenção de uma pequena coisa, chamada “transístor” que, como poucos outras revolucionaria, não apenas toda a tecnologia da electrónica, como o historial do próprio Prémio, que pela primeira vez era atribuído a um invento realmente útil.

Quando hoje referimos tecnologia digital, computadores, satélites de comunicações, telefones celulares, robótica ou até a razão da existência de empresas como a Intel, falamos de equipamentos que comportam milhares e milhares de transístores, justamente o pequeno componente de electrónica que em 1948, resultou do trabalho de uma equipa da Texas Instruments chefiada por Shockley.

Mas, passada a fase do sucesso, Shockley começou a cair em desgraça. Resolveu fazer, a partir de 1963, na Universidade de Stanford, investigações na área da inteligência humana. Publicou o resultado dos seus estudos e pesquisas, ignorando o velho aforismo popular que recomenda preparamo-nos para fugir, antes de dizer certas verdades que, não obstante o serem, são socialmente inconvenientes ou, como mais tarde se diria, “politicamente incorrectas”. E uma parte do mundo – justamente aquela que se sentiu afectada pelas suas descobertas e os seus fieis “compagnons de route” - caiu-lhe em cima.

Shockley criou uma teoria a que chamou "disgenia". Usando dados não tratados do Quociente de Inteligência (QI) do exército americano, concluiu que os afro-americanos eram intrinsecamente menos inteligentes do que os caucasianos – estudo divulgado na revista Time. A disgenia seria um mecanismo de degeneração da espécie, porquanto as pessoas geneticamente inferiores costumam ter mais capacidade de se reproduzir. Dessa forma, a população de seres de baixa qualidade tenderia a aumentar. Publicou trabalhos onde afirmava que os negros tinham QI 15 pontos abaixo dos brancos, em média. Sugeriu que o governo pagasse a cada pessoa com QI abaixo de 100 que acedesse em ser esterilizada.

Shockley foi o primeiro doador de um banco de esperma fundado em 1980 por R. Graham e Hermann Müller, que também ganhou o prémio Nobel de medicina em 1946. A ideia desse banco seria recolher o esperma de pessoas com QI maior que 140 e usá-lo para melhorar a raça humana. Morreu ainda crente que estava com a razão e as suas ideias foram usadas no famoso livro "The Bell Curve", alguns anos mais tarde.

Humor com ... Elas.

  • Numa primeira fase da vida as mulheres enfeitam-se para interessar os machos. Passada essa, fazem-no para impressionar as outras mulheres.
  • É um dom de Deus que uma mulher seja silenciosa. (Bíblia)
  • Um ministério da condição feminina? E porque não um secretariado de Estado para o tricot ? (Charles de Gaulle)
  • Há que melhorar a condição feminina. As cozinhas são demasiado pequenas, os acessórios para a limpeza doméstica não estão estudados ergonómicamente e o comando das caçarolas não está no melhor lugar. (George Wolinski)
  • O melhor movimento feminino ainda é o dos quadris. (Millor Fernandes)

2.11.06

Ângulo Inverso: "Holocaustos"...


«O "Holocausto" (judeu) é suposto ser um processo intencionalmente “não documentado", para se conseguir explicar a “total” ausencia de documentos. Dizem-nos que os chefes do 3º Reich combinaram tudo entre eles, e conseguiram exterminar 6 milhões de pessoas, à escala de um continente, sem produzir um único documento explicito a qualquer nivel! Foi tudo em segredo, e somos supostos acreditar que eles tinham a esperanca de conseguir exterminar um povo inteiro sem que ninguem desse por isso, ou a Historia se lembrasse da sua existência prévia.»

«Hiroshima não foi holocausto? Nagazaki não foi holocausto? Dresden (300.000 civis numa noite) não foi holocausto? 20 milhões de russos, vários deles através de purgas stalinistas, não foi holocausto? Cinco milhões de polacos não foi holocausto? 15 milhões de chineses não foi holocausto? 7 milhões de alemães não foi holocausto?»

Então, porque é que um holocausto é mais holocausto que os outros, porque é que há mortos mais dignos de memória que outros? Porque é que se montou e quem montou um comércio nojento - de filmes, livros, t.shirts, porta-chaves -, à volta de algo que, mais que vergonha, devia merecer respeito? Quem é que anda a vender cadáveres? A minha questão, portanto, era simples: porque é que há mortos mais mortos que outros?»

«Para incinerar 6 milhões de pessoas (judeus, neste caso) seriam precisos 15 anos. Por isso (sobre o “holocausto”) há muito para explicar e contar».

Hoje em dia a liberdade termina quando se fala de “holocausto”.

Opus Dei - Em nome de Deus e do Dinheiro (2)

…continuado
Após a falência fraudulenta do Banco Ambrosiano, um dos seus directores apareceu em Londres, enforcado sob uma ponte do Tamisa; o outro, um mafioso siciliano condenado a uma pesada pena de prisão por ter mandado assassinar um comissário governamental, morreu dois dias depois de entrar na prisão, envenenado com cianeto. O presidente do IOR, o cardeal Marcinkus, também ele implicado no escândalo financeiro, refugiou-se da justiça italiana no Vaticano (acompanhado dos seus colaboradores), onde Karol Wojtyla se comprometeu a não permitir a sua extradição.

É em meio a esta difícil situação financeira, e sob a pressão de uma opinião pública chocada com as ramificações do caso (cosa nostra, loja maçónica P2...), que a Opus Dei foi chamada. Com a ajuda do OD, o Vaticano conseguiu pagar aos credores do Ambrosiano.
Porém, o OD não demorou a recolher os seus ganhos. Efectivamente, poucos meses depois João Paulo II elevou a Opus Dei a “prelatura” pessoal (a primeira, e, até ao momento, a única), e não se passaram muitos anos sem que o próprio José Maria Escrivá Balaguer tenha sido beatificado, naquele que foi o processo de beatificação mais rápido do século.

A Opus Dei começa a actuar em Portugal em 1946 e 1957 no Brasil. São reconhecidos diversos membros desta organização no topo da hierarquia política e financeira portuguesa: ex-Presidentes da República (Ramalho Eanes), Presidentes do Parlamento (Mota Amaral e Narana Coissoró), de Regiões Autónomas (Rocha Vieira), políticos de vários quadrantes (António Guterres, Maria Barroso, Maria José Nogueira Pinto, Rui Machete, Arlindo Cunha), bispos (de Braga e do Funchal), dirigentes financeiros (Paulo Teixeira Pinto e o antecessor na direcção do Banco Comercial Português, Jardim Gonçalves) etc.

Em Espanha, e apesar de o Rei Juan Carlos ter tido um preceptor da Opus Dei, esta tem conhecido alguns fracassos. Na memória recente está ainda o caso Rumasa, a maior «holding» espanhola, controlando 700 empresas, 20 bancos e correspondendo a cerca de 1.8% do PIB espanhol. Em 1983, Felipe Gonzalez decidiu que o Estado espanhol deveria expropriá-la. Descobriu-se então que a Rumasa estava falida e que o seu proprietário, Ruiz Mateos, desviara cerca de 4 mil milhões de contos. Porém, nunca foi referida na comunicação social da época a filiação de Mateos na OD, e o facto de o dinheiro transferido o ter sido a favor da Igreja espanhola e da Opus Dei. Esta decidira apenas sacrificar um dos seus peões para que o prestígio não ficasse afectado.

A Opus Dei sofreu mais recentemente (1997) uma humilhação pública ao ser considerada pelo Parlamento belga uma organização sectária, a par da Igreja de Cientologia, das Testemunhas de Jeová, e da Igreja Universal do Reino de Deus.