Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

A minha foto
Nome:
Localização: Covilhã, Portugal

A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

4.3.12

Liberte-se do Stress Desportivo

Só há lugar para um Campeão. E esse é o que ao longo da época desportiva demonstre - mais incidente, menos incidente, mais justiça desportiva, menos justiça desportiva, mais favoritismo ou menos, que foi o melhor. Os outros, os que vem atrás são, mais lugar menos lugar, os últimos. Até à próxima época...

Para aqueles a quem isso trás desconforto e decepção, muito mais do que alegrias e festejos, há formas de nos libertarmos da escravatura psicológica da dependência desportiva. É relativizá-la. Apenas isto. Se por desgraça os nossos afectos e ambições de glória vão para «o clube» da nossa terra», é mais difícil...

Se as cores de que gostamos se encontram em organismos desportivos de dimensão nacional, e nos queremos proteger dos efeitos nocivos do «stress» então, no mínimo, continuemos naturalmente a gostar, mas exige-se que sejamos algo mais objectivos e pragmáticos e, pelo menos, que não vivamos os eventos imediatamente online ou em cima deles. As possibilidades de ficarmos com o resto do dia estragado, são reais.

Ser Campeão é muito bom por todas as razões. Até porque depois entra-se num círculo vicioso. Quem ganha, além dos troféus desportivos tem também os prémios pecuniários, que até nem são poucos; entra nas mais bem remuneradas Ligas internacionais, valoriza os seus activos humanos e desportivos, consegue adquirir bons atletas emergentes e ambiciosos de glória, em suma, ganha dinheiro, vende caro, pode comprar bom e barato. Perfila-se, para repetir a façanha desportiva na próxima época e as suas probabilidades de ter nisso sucesso, são grandes.

 Logo, se o clube da nossa simpatia não é (porque por várias razões incluindo as económicas), não pode ser, o maior, ou seja o campeão, e nesta coisa apenas há lugar para UM e os OUTROS, desde logo nos devemos capacitar que o nosso é muito provavelmente um dos outros, ou seja que, mais atrás ou mais à frente, é um dos últimos.

Mas, nesta posição relativa, os outros, nem sempre têm uma relação directa com o somatório de todos os méritos e valores activos (desportivos e económicos) de que cada equipa dispõe. Há ainda uma «nuance» que não é desprezível. Frequentemente, consoante o estatuto do adversário ou a posição pontual que vão ocupando nas tabelas classificativas, muitas equipas tendem, perante certos adversários mais cotados, a empenhar-se até limites só imagináveis face a estimulantes psicogénicos ou, por contraste, a entrar na mais pura monotonia competitiva e ausência de emoção quando perante equipas equivalentes.

É então que equipas relativamente modestas conseguem com adversários de topo de gama, resultados, que fazem as manchetes dos jornais do dia seguinte, quando na jornada anterior ou na seguinte empataram ou perderam em casa contra a equipa menos classificada do torneio.
Isto, porque vêem nos confrontos com as  equipas aspirantes ao título, verdadeiras oportunidades para brilharem, um palco mediático para se exibirem perante os media, clubes, empresários e seleccionadores desportivos.

É um facto. Necessita de muito mais mérito desportivo, de técnica e de sorte um «Challanger» para ganhar um jogo a uma equipa mais modesta, do que necessitam uma par destas últimas para conseguir um resultado positivo perante a outra..Convém recordar que o futebol também é assim e que a escala de dificuldade das maiores equipas para atingirem o topo, se processa de uma forma geométrica e não aritmética.

Logo, parem de substituir treinadores a cada derrota mais inesperada. Futebol é assim. E porque é assim, convém também que o separemos tanto quanto possível das nossas emoções. Nas Lotarias e Apostas Mútuas não estamos constantemente a perder? E durante quanto tempo nos persiste a lembrança?

Etiquetas: ,