Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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Localização: Covilhã, Portugal

A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

14.11.10

Amor, Para Além de Pedro e Inês

D. Estefânia de Hohenzollern

Dia de S. Martinho em Portugal. Decorria o ano de 1911. O Rei D. Pedro V morre subitamente no Palácio das necessidades. Tinha 24 anos e apenas seis de reinado. Não foi de modo algum um triste rei, mas foi um rei triste. 

A mulher com quem casara em Abril de 1857, a rainha D. Estefânia de Hohenzollern morrera exactamente com a mesma idade vitimada pela difteria 14 meses após o casamento. Julga-se que se amavam verdadeiramente. Na carta derradeira que escreveu à sua mãe, a rainha diz-lhe “que tinha sido sempre feliz em Portugal” e aos que a rodeavam no momento da morte: – “consolem o meu Pedro!

Quando se procura exemplos de amor entre personagens da História de Portugal, tende a sobrevalorizar-se Pedro e Inês de Castro e a esquecer esta outra história de amor igualmente trágica: a de Pedro e Estefânia.

D. Pedro V  no dizer dos biógrafos, "com um temperamento observador, grave, desde criança  mandou pôr à porta do seu palácio uma caixa verde, cuja chave guardava, para que o seu povo pudesse falar-lhe com franqueza, queixar-se.  O povo começava a amar a bondade e a justiça de um rei tão triste.


Morreu com apenas 24 anos, em 11 de Novembro de 1861,  segundo parecer dos médicos, devido a febre tifóide (enquanto o povo suspeitava de envenenamento e por isso viria a amotinar-se). Portugal é, por essa altura, flagelado por duas epidemias, uma de cólera, que grassa de 1853 a 1856, e outra de febre amarela. Durante esses anos o monarca, em vez de se refugiar, percorria os hospitais e demorava-se à cabeceira dos doentes, o que lhe trouxe muita popularidade e provavelmente o contágio com a doença.  

Foi um defensor acérrimo da abolição da escravatura, e data do seu reinado um episódio que atesta a convicção do monarca nessa matéria e que simultaneamente demonstra a fragilidade de Portugal perante as grandes potências europeias: junto à costa de Moçambique é apresado um navio negreiro francês (Charles et George), tendo o seu comandante sido preso. O governo de França, não só exigiu a libertação do navio, bem como uma humilhante e avultada indemnização ao governo português.

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