Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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Localização: Covilhã, Portugal

A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

23.11.10

Lázaro Não Ressuscitou!


Este Lázaro, Francisco do seu primeiro nome, um homem simples, carpinteiro de profissão, nascido na freguesia lisboeta de Benfica, iria ficar para a História como a primeira vítima mortal dos Jogos Olímpicos. Tombou definitivamente em 22 de Julho de 1912 ao quilómetro 30 da corrida da Maratona, algures numa avenida de Estocolmo, vítima de insolação. 

Sem os avanços que a medicina desportiva dispensa aos atletas actuais, Lázaro, que era um forte favorito ao triunfo da corrida,  limitou-se, por sua própria iniciativa e não se sabe com que finalidade, a untar o corpo com sebo;  de seguida entre os mais de 70 concorrentes enfrentou, sem protecção para a cabeça, o Sol escaldante de um verão escandinavo excepcionalmente quente.

Lázaro coleccionou triunfos a poucos meses das olimpíadas de Estocolmo e nele eram depositadas grandes esperanças. Foi o clima de euforia criado em torno do atleta  que contribuiu para que fossem ultrapassados os problemas financeiros que chegaram a ameaçar a sua presença nesses Jogos Olímpicos. Curiosamente, já na Suécia, o atleta foi sujeito a uma rigorosa inspecção médica que o deu como apto para a prova que ia disputar.

O corpo de Lázaro esteve depositado numa igreja católica de Estocolmo durante dois meses à espera de ser trasladado para Portugal, devido apenas a entraves burocráticos e certamente não por alguém estar à espera da repetição do milagre bíblico. O seu funeral, com milhares de pessoas só pode fazer-se em 23 de Setembro. Não trouxe uma das ambicionadas medalhas mas deixou com os portugueses a eterna memória do seu esforço desportivo.