Contrariamente ao que aparenta, é escassa a possível escolha de um livro numa destas modernas superfícies comerciais. Títulos, há e muitos. Porém o conteúdo espectável deles é, por regra, confrangedor.
O padrão literário segue as modas e ideias mais mediatizadas. As ideias e as modas tem, também elas, a mesma origem e quase sempre o mesmo ciclo de vida. Como modas, um dia também passarão de moda.
A presença da mulheres-escritoras é, como em muitas outras actividade de cariz não-físico, absolutamente dominante. E sobre que escrevem elas? Obviamente sobre mulheres e crianças maltratadas fisica e sexualmente, sobre a situação da mulher perante a cultura islâmica, denunciando certos hábitos culturais do Ocidente como castradores da sua liberdade e condição feminina como o casamento e o conceito de adultério, etc.
Os homens escrevem, mas a diversidade de argumentos literários também não prima pela originalidade, caindo - mais uma vez as modas mediáticas - na influência da autêntica “linha de produção” que teve início com o primeiro livro de Dan Brown, o Código Da Vinci e prossegue com a exploração até à exaustão de temas ficcionados histórico-religiosos.
Um terceiro sector livreiro, é bastante mais antigo e indispensável em qualquer estante de livraria: os livros de auto-ajuda. Este também têm vindo a evoluir no sentido da diversidade. Supostamente as pessoas, ou o marketing por elas faz-nos crer que para além do habitual “Como Fazer…” ou “Como Ter Sucesso em…” tradicionais, passou a haver também uma obsessão com o corpo. Nessa linha passou a haver uma oferta que quase supera a anterior. Um grande parte incidindo sobre a fobia social (e médica) que passou a rodear o peso corporal; e os títulos aí estão: “Como Emagrecer em … dias”, “Emagrecer Sem Fazer Dieta”, “Como Perdi 80 kg em 14 Semanas” etc. É só escolher e fazer a dieta recomendada por esses novos “especialistas” na nutrição: comer alface e cenoura, beber só água, mas tudo isso “com moderação”.