Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

9.11.06

Ângulo inverso: Uma religião híbrida


Constantino era também um excelente homem de negócios. Percebeu que o cristianismo estava em ascensão e limitou-se a apostar no cavalo vencedor. Fundindo símbolos datas e rituais pagãos com a crescente tradição cristã, criou uma espécie de religião híbrida que era aceitável para ambas as partes.
Uma adulteração grotesca.

Os vestígios da religião pagã na simbologia cristã são inegáveis. Os discos solares egípcios tornaram-se os halos dos santos católicos. Pictogramas de Ísis a cuidar do seu miraculosamente concebido filho Horus tornaram-se o modelo das nossas modernas imagens da Virgem com o Menino. E praticamente todos os elementos do ritual católico … a mitra, o altar e a comunhão, o acto de «comer Deus»… foram directamente tirados de religiões pagãs anteriores.

No cristianismo, nada é original. O deus pré-cristão Mitra … chamado «Filho do Sol e Luz do Mundo»… nasceu a 25 de Dezembro, morreu, foi sepultado num túmulo de rocha e ressuscitou três dias mais tarde. A propósito, 25 de Dezembro é também o dia de aniversário de Osíris, de Adónis e de Dionísio. O recém-nascido Krishna foi presentreado com ouro, incenso e mirra.

Até o dia santo semanal do cristianismo foi roubado aos pagãos. Originariamente o cristianismo honrava o «Sabat» judeu, ao sábado, mas Constantino mudou-o de modo a coincidir com o dia da veneração do Sol dos pagãos.

(...) Durante esta fusão de religiões, Constantino que precisava da força da nova tradição cistã, convocou a famosa reunião ecuménica conhecida como Concílio de Niceia.
Nessa reunião foram discutidos e votados muitos aspectos do cristianismo: a data da Páscoa, o papel dos bispos, a administração dos sacramentos, e claro, a «divindade de Jesus»

Até àquele momento da História, Jesus tinha sido visto pelos seus seguidores como um profeta mortal … um grande homem, e poderoso, mas apesar de tudo «homem». Um mortal.
O estabelecimento de Jesus como «Filho de Deus» foi oficialmente proposto e votado no concílio de Niceia. – Está a dizer-me que a divindade de Jesus resultou de uma «votação»? – Sim, e bastante renhida por sinal.

Em todo o caso, estabelecer a divindade de Jesus era crucial para a unificação do Império Romano e para a base de poder do novo Vaticano. Ao avalizar oficialmente Jesus como Filho de Deus, Constantino estava a transformá-lo numa divindade que existia para lá do âmbito do mundo humano, uma entidade cujo poder era indiscutível. O que não só prevenia futuros desafios pagãos ao cristianismo, como estabelecia que os seguidores de Cristo passavam a só poder redimir-se através do canal sagrado acabado de criar: a Igreja Católica Romana.
Sinopse. Fonte: Código DaVinci - Dan Brown

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

..."O estabelecimento de Jesus como «Filho de Deus» foi oficialmente proposto e votado no concílio de Niceia. – Está a dizer-me que a divindade de Jesus resultou de uma «votação»? – Sim, e bastante renhida por sinal."

Juro que nunca imaginei existir o sistema de votos naqueles tempos...Para mim valia o mais forte!
Vivendo e aprendendo...
Sonynha

9/11/06 01:45  

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