Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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Localização: Covilhã, Portugal

A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

23.11.06

Escravatura: Quem, Onde, Quando.



Nação pioneira no tráfico negreiro, Portugal foi também o último país da Europa Ocidental a abolir a escravatura. É certo que em 1836 o Governo do marquês de Sá da Bandeira anunciara a extinção da escravatura, mas tal não passou de letra morta, ao contrário do resto da Europa, onde o movimento abolicionista ia somando vitórias: o Império Britânico extinguiu oficialmente a escravatura em 1838, a Suécia em 1843, a França em 1848, a Holanda em 1863.

Do outro lado do Atlântico, a abolição triunfou nos Estados Unidos em 1865, depois de uma sangrenta guerra civil, mas muitos dos estados nortistas tinham já ilegalizado a escravatura há várias décadas. O Sul profundo obstinara-se, contudo, em manter a "instituição peculiar", um eufemismo destinado a camuflar a realidade trágica da escravatura, que tentava justificar do ponto de vista moral através de uma abusiva interpretação da bíblica maldição de Cam.


Na América Latina, o processo é mais lento, com a abolição a acontecer em Porto Rico em 1873 e em Cuba apenas em 1886. O Brasil foi o último país do continente americano a pôr fim à escravatura, em 1888, numa altura em que as revoltas de escravos se sucediam em catadupa e os fazendeiros eram já incapazes de evitar a fuga em massa de cativos.


Embora perseguidos pelos barcos de guerra britânicos desde que em 1808 Londres decidiu proibir o tráfico, os navios negreiros brasileiros continuaram a abastecer-se em África, contando com a conivência tanto de muitos chefes africanos como de certos portugueses estabelecidos no Continente Negro.


A oposição dos britânicos aumentou os riscos do comércio, mas fez subir muito os potenciais lucros. Na Baía pagava-se, em 1815, 150 mil réis por um "bom escravo", ou seja, homem, jovem e saudável; Em 1848, o preço rondava os 400 mil réis. Uma boa justificação para a persistência de Félix de Souza, um luso-brasileiro, que a partir da fortaleza de São João Baptista de Ajudá, na costa do actual Benim, se encarregava de fornecer escravos aos fazendeiros do Brasil. Tendo deixado uma enorme prole de mulatos no golfo da Guiné, De Souza mereceu ser tema do livro de Bruce Chatwin intitulado O Vice-Rei de Ajudá.
Sinopse. Diário de Notícias

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