Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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Localização: Covilhã, Portugal

A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

10.4.09


A Câmara Municipal inaugurava um parque de lazer na cidade. Uma parte substancial do orçamento desse projecto urbanístico, que recuperava para a população as margens de uma ribeira poluída e suja, fora gasto em pequenos bares, estruturas pedonais, lagos com peixes e equipamentos destinadas ao recreio das crianças.

Estas foram especialmente convocadas e comparecerem, para dar alegria e cor àquele espaço cívico, acompanhadas pelos pais e, monitores dos jardins de infância. Todos satisfeitos. Tiravam-se centenas de fotografias para recordação do momento.


O senhor de meia-idade, observava a alegria das crianças e também ele aproveitava para fotografar o ambiente geral. Tencionava mandar algumas fotos aos netos que viviam noutra cidade e não podiam estar ali.

Num determinado momento, apontou também a câmara fotográfica para um género de baloiço de jardim onde diversas crianças brincavam. Nisto, ouvia ao lado a voz de uma mulher – deduziu depois ser alguma monitora de jardim de infância -, que ordenava imperativamente às crianças: “-Saiam já daí, porque o senhor quer tirar uma fotografia!”. O dito senhor diz-lhe: “- Não se incomode a retirar as crianças. Eu tiro a foto mesmo assim!”. Mas mudou literalmente de cor, quando a tal monitora replicou: “-Mas eu é que não consinto que fotografe as minhas crianças!”

A foto (mais uma) foi tirada, porque o objectivo era ficar com a imagem do baloiço, onde outras crianças independentes das ordens da megera, e com os pais por perto, continuaram descontraidamente a encher o ar com os seus gritos de júbilo.


Eu sei que há coisas sobre as quais é mais avisado não escrever, em determinadas épocas psicológicas. É que há uma hiper-fobia psíquica para cada tempo. A deste é uma “histeria pedofilica compulsiva”. A ciência, não deve ainda ter tido tempo para dar um nome científico a esta fobia comportamental. Mas até se pode tolerar e tentar compreender o que estava dentro da pequena cabeça daquela mulherzita: a pedofilia é tema de abertura recorrente nos telejornais da noite, nas manchetes dos jornais, noticiários radiofónicos, e argumento para múltiplas telenovelas feitas para o grande público a que ela pertence. Multiplicam os relatos e as referências ao assunto, relatando supostos casos, apelos ao endurecimento das leis penais e testemunhos horrorizados do repúdio da sociedade por este crime. Enfim, criando medo social.
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