Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

27.6.07

Música, Memória e Video-Clips (2)


Por oposição e contraste, uma cacofonia de acordes dissonantes e sons estridentes, desde que suportados por batidas rítmicas tipo “abana-cabeças”, tenderá a provocará impulsos para movimentos corporais epiletoformes


Ouvir música, induz em nós estímulos e sensações que são diferentes de uma pessoa para outra. Uma determinada obra musical feita dentro de princípios da física dos sons, - aquilo a que os músicos designam por “harmonia” – assentando num suporte melódico agradável ao nosso ouvido, poderá provocar sensações delicadas, relaxantes ou até mesmo românticas, no comum das pessoas, enquanto que para outras, inspirará apatia ou desinteresse.

Por oposição e contraste, uma cacofonia de acordes dissonantes e sons estridentes, desde que suportados por batidas rítmicas tipo “abana-cabeças”, tenderá a provocará impulsos para movimentos corporais epiletoformes, noutras pessoas, embora, na maior parte das vezes, esses tipos de comportamentos tenham motivações que pouco tem a ver com o tipo de música em si mesma e muito com fenómenos sociológicos de outra grandeza. Assim, como assim, até na reacção aos sons produzidos por instrumentos musicais, se evidencia que somos todos diferentes. E muito.

Para além disso, e sem nos afastarmos de observar as nossas capacidades sensitivas perante a música, as suas formas próprias de processamento dentro do cérebro humano, poderá, por pura especulação imaginativa - sem qualquer suporte científico - colocar-se uma hipótese:

Será que, a nossa mente, tem formas de organizar e armazenar a informação que recebe, de modo semelhante ao que ela é gravada nos nas memórias de silício dos computadores? E se, tal como estes, - que nada mais são do que uma réplica rudimentar da mente humana – retivéssemos essa informação através dos nossos neurónios, dendrites e axónios, organizada por um processo semelhante ao que se verifica nas memórias de silício, comportando igualmente um sistema de “endereços” neuronais e índices, com a função de racionalizarem e agilizarem as busca na memória?
Porque não?
E não se esperem respostas conclusivas dos neurologistas, porque eles parecem ainda estar a muitos anos-luz deste tipo de conhecimento do nosso cérebro.

Se assim fosse, esses endereços e índices neuronais, poderiam até comportar simultaneamente automatismos para o seu acesso rápido, através de algo a que, à falta de melhor, poderemos designar por “marcadores”.

Casos haveria em que o elemento marcador para um determinado acontecimento, que gerou uma quantidade de informação no nosso cérebro poderia ser uma música que, sempre que escutada, nos transportaria mentalmente até ao acontecimento marcado e simultaneamente a toda a sua envolvência – ambientes, pessoas, temporalidades.
Daí que poderemos especular, que bem pode haver no nosso cérebro, uma espécie de banda sonora que comporta uma parte das nossas vidas. No meu, há sem sombra de dúvida. Tenho tendência a associar temas musicais a momentos da minha vida.

Mas não só. Se, como todos temos experiência, tendemos a fantasiar as imagens que consideramos mais próprias para materializar os sons de uma música que escutamos; se damos corpo mentalmente às personagens de um livro que estamos a ler, - que certamente seriam diferentes na imaginação do autor do livro - então nós, ou a maior parte de nós, tem uma mente geradora de imagens virtuais, uma mente, diríamos, cinematográfica, que funciona da mesma forma da de um realizador de cinema, que, antes de começar uma obra assiste à sua projecção dentro da sua cabeça.

Onde quero chegar? A que, muito antes de eles servirem para apoiar técnicas de marketing, o nosso cérebro já produzia filmes e vídeo-clips feitos a partir da informação musical ou de ficção literária que ia absorvendo. A indústria discográfica iria fazer grande aproveitamento desta caracteristica.

1 Comentários:

Blogger João disse...

As vezes penso o quão diferente seriamos das máquinas e até quando seremos indispensáveis para criação de softwares para computadores.

No ritmo que a tecnologia digital avança, logo logo serão criados softwares que realização de forma autonoma tarefas que hoje são dificeis de serem realizadas sem a presença humana.

Quem sabe o Mozart do século 22 seja um computador. Curtiu a idéia? heheh ;D abraços, parabéns pelo blog

15/11/08 02:25  

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