Portugal Anos 50 (1)
A Menina Dança?...
Como eram os bailaricos populares no Portugal urbano dos anos 50?
Invariavelmente realizavam-se em Junho e por ocasião dos santos populares, que constituía uma verdadeira “saison” para este divertimento do povo.
Havia-os por todo o lado, para todos os gostos e bolsos, desde os sofisticados bailes organizados por clubes e sociedades recreativas, aos levados a cabo por grupos de vizinhos, abarcando um bairro, uma rua, por vezes até um pátio comum a várias habitações.
Ao seu nível mais modesto – o bailarico de rua – era realizado por aquilo a que hoje chamaríamos de “comissão ad-oc”, formada muitas vezes por um único vizinho com iniciativa e gosto por esta forma de divertimento, que planeava a festa e distribuía tarefas pelos outros vizinhos que colaboravam.
O espaço destinado ao baile, fechava uma área onde havia cadeiras – para as “damas” se sentarem, a zona para dançar e um espaço para os homens, que, de pé, aguardavam a oportunidade de dançar.
Invariavelmente realizavam-se em Junho e por ocasião dos santos populares, que constituía uma verdadeira “saison” para este divertimento do povo.
Havia-os por todo o lado, para todos os gostos e bolsos, desde os sofisticados bailes organizados por clubes e sociedades recreativas, aos levados a cabo por grupos de vizinhos, abarcando um bairro, uma rua, por vezes até um pátio comum a várias habitações.
Ao seu nível mais modesto – o bailarico de rua – era realizado por aquilo a que hoje chamaríamos de “comissão ad-oc”, formada muitas vezes por um único vizinho com iniciativa e gosto por esta forma de divertimento, que planeava a festa e distribuía tarefas pelos outros vizinhos que colaboravam.
O espaço destinado ao baile, fechava uma área onde havia cadeiras – para as “damas” se sentarem, a zona para dançar e um espaço para os homens, que, de pé, aguardavam a oportunidade de dançar.
Alguns destes, não sabiam dançar – lembremos que todas as danças eram efectuadas por pares, idealmente em sintonia. Era então quase um delito vergonhoso, pisar o pé da parceira da dança e, por isso, os dançarinos menos hábeis, aproveitavam as tecnicamente pouco exigentes “marchas”, para exibirem os seus fracos dotes de bailadores.
Por vezes, a entrada para esses recintos era paga. O preço era o mínimo possível para custear as despesas da festa: electricidade, licença da autarquia, e a parte da decoração do recinto que tinha que ser comprada, porque tudo o restante, festões, grinaldas e balões de papel, era feito pelos vizinhos organizadores.
Por vezes, a entrada para esses recintos era paga. O preço era o mínimo possível para custear as despesas da festa: electricidade, licença da autarquia, e a parte da decoração do recinto que tinha que ser comprada, porque tudo o restante, festões, grinaldas e balões de papel, era feito pelos vizinhos organizadores.
Do conjunto-tipo, fazia ainda parte uma zona interna pomposamente chamada bar, que muitas vezes, pouco mais era do que uma mesa, onde alguns alguidares cheios de água, cumpriam a dupla missão de “refrigerar” as bebidas e de “enxaguar” os copos, e uma tábua assente num cavalete, à laia do balcão, onde as bebidas eram consumidas.
Um gramofone e uma rudimentar e nada “hi-fi” instalação sonora, transmitia os tangos, marchas, valsas, e ritmos sul-americanos, que os bailarinos procuravam dançar da melhor forma que sabiam.
A “garrafeira” do bar era extremamente modesta: laranjada, gasosa – que à época se chamava “pirolito” e tinha uma garrafa de vidro com um design fabuloso digno do pincel de um Andy Warhol – cerveja de garrafa e “ginjinha”. Em regra, a organização do baile, fazia questão de ética, que não se fornecesse vinho ou aguardente no bar, para que ao ambiente e a boa disposição reinante não fosse perturbada por alguém com uns “copitos” a mais. Naturalmente, a ninguém ocorreria incluir chá entre as bebidas disponíveis e este pormenor, como veremos, era particularmente curioso.
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