Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

30.3.07

Desconstruindo Anjos - "Che Guevara"


“O revolucionário deve ser uma fria e selectiva máquina de matar” (Che Guevara, citado por jornal “La Época”, do Chile, 31 Jan 97)

Toda a mensagem repetida massivamente, entra para ficar na mente das massas, independentemente da sua autenticidade”. O dr.Goebbls, ministro da propaganda do Reich Alemão, sabia-o. Os publicitários aprenderam-no. A esquerda marxista utilizou-o exaustivamente, para promover as suas ideias e figuras.

Exemplos? Poderíamos ir buscar dezenas ou centenas de “clichés mentais” que de uma forma deturpada e nada rigorosa foram introduzidos na cabeças das pessoas, e ali passaram a residir para sempre. Desde um Jesus Cristo crucificado - que talvez até nem tivesse morrido dessa maneira; passando por um Einstein com uma cabeleira electrizada e a língua de fora, em pose de cientista excêntrico e pacífico, - mas que tomava posições políticas radicais, quando escrevia ao Presidente dos EUA a sugerir e recomendar a utilização da bomba atómica contra a Alemanha de Hitler; para fecho, escolho o ícone mais divulgado de todos: Ernesto Che Guevara, o revolucionário romântico dos posters, das T-shirt dos adolescentes feitas a partir da pintura feita pelo artista plástico norte-americano Jim Fitzpatrick, a figura-guia dos dissidentes de todo o mundo.

A igreja católica fabrica santos. A esquerda e o politicamente correcto fabricam ícones revolucionários. O mecanismo de devoção é o mesmo: aceitação acrítica, dogma, para uns, axioma para os outros. Todos crentes.

Todas as loas sobre Guevara já tiveram o seu momento, já foram ditas, escritas, dado lugar a filmes de propaganda com motocicletas e tudo o mais que se sabe. Disso se encarregaram os fabricantes e fãs do mito. Há algo mais? Há! Há um Ernesto Guevara menos conhecido. Braço direito de Fidel Castro de quem foi, após o triunfo da revolução, um dos principais dirigentes do novo estado cubano: Embaixador, Presidente do Banco Nacional, Ministro da Indústria. Uma enorme concentração de poder.

Fidel tinha uma filha, Alina. Dá uma entrevista a propósito da fuga do pai, da ilha-prisão onde estava detido às ordens de Fulgêncio Batista. Recorda acontecimentos, personagens. O jornalista (cubano) a dado momento pergunta-lhe respeitoso: - “E Che Guevara? Conheceu-o?”
A jovem olhou-o e respondeu com naturalidade ao empalidecido jornalista: - “Sim, eu era muito pequena, mas lembro-me bem de Ernesto… aparecia muito lá em casa… era ele e Raul (Castro) que tratavam dos fuzilamentos…

Na mente daquela rapariga que descobria a sociedade fora da ilha, a imagem gravada do “libertador” era a do fanático ministro dos primeiros tempos do castrismo: o homem que tratava dos fuzilamentos, o assassino dos anos negros do “paredón” para os inimigos da revolução, levados às centenas e aos milhares, quando ela era menina e os pais habitavam os palácios do poder.

A filha de Fidel desconhecia visivelmente o que as agências de propaganda tinham entretanto feito de Ernesto: uma imagem viva do Cristo: redentor dos povos, mártir da tirania e da opressão – quanto andava a tentar reproduzir noutros locais o que já experimentara em Cuba.

Tem credibilidade esta “imagem alternativa” de Che Guevara? – “A vida real de Che Guevara é muito diferente da crença popular”, - explica Álvaro Vargas Llosa, assistente sénior do Independent Institute de Boston e autor do livro “Liberdade. Para A América Latina”. “É bom que se diga que muitas pessoas que agora vestem as T-shirts radicais e chiques com a imagem de Che Guevara são contra a pena de morte, mas Guevara serviu de carrasco para Castro, como o próprio Guevara admitiu em alguns trechos de seu diário”.

Na véspera do dia da vitória da revolução, Guevara ordenou a execução de algumas dezenas de pessoas em Santa Clara, região central de Cuba, de acordo com Jaime Costa Vázquez um ex-comandante do exército revolucionário cubano.
Mas a sede de matar de Che Guevara só foi atingir seu auge depois que o governo corrupto de Batista caiu e Castro pôs Guevara no comando da prisão de San Carlos de La Cabaña. Ali testemunhas asseguram que uma noite em 1959 ele presenciou a execução de sete presos políticos.
Uma outra testemunha, Javier Arzuaga, um padre, contou a Vargas Llosa que Che Guevara nunca revogou uma sentença. Disse que ele, pessoalmente, presenciou a 55 execuções. O número de execuções de presos políticos durante os seis meses que Che Guevara dirigiu o La Cabaña varia. O economista Armando Lago compilou uma lista de 179 execuções. Pedro Corzo, que está fazendo um documentário sobre Che Guevara, cita o número de 200. Vilasuso disse a Vargas Llosa que 400 presos políticos foram executados sob o comando de Guevara.

E agora? Antes de olhar embevecido esse poster de “Che” ou vestir a T-shirt com a sua imagem, que tal se se informasse melhor sobre essa personagem e o seu mito?

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