Terror, Cravos e Loucura em Abril
Noite de Cristal … no Porto, em pleno PREC * (4)
… continuado. Enquanto decorria o ataque, Freitas do Amaral, que em circunstância alguma perde a calma e a coragem, toma a palavra para denunciar o assalto em forma à democracia, em curso em Portugal: «os acontecimentos que estamos a viver» - diz o «leader» centrista – podem representar o início de um plano inclinado que conduzirá ao sossobrar da democracia pluralista em Portugal. Se as autoridades do País – militares, governantes e Polícia – não são capazes de exercer, a tempo e horas, o poder público de que dispõem, o País corre o risco de, a breve trecho, cair na pior das ditaduras, que é a ditadura da rua…»
Felizmente que os telefones não foram cortados, o que permite aos congressistas estrangeiros telefonar às suas Embaixadas, que alertam os governos respectivos. Giscard d’Estaing é acordado em plena noite. De todo este movimento telefónico resultou, já de madrugada, uma reunião de emergência de Estado-Maior General das Forças Armadas, que decidiu enviar, por avião, uma força de pára-quedistas a qual interveio com decisão, conseguindo finalmente e em pouco tempo afastar a multidão para longe do Palácio. Cerca de 200 automóveis retiraram do edifício 500 democratas-cristãos lívidos que acabam de passar a mais longa noite da sua existência.
No dia seguinte os «Grupos de Acção antifascista» realizam um comício de emergência no qual foi deliberado dirigirem-se ao Quartel General da Região Militar para solicitar a dissolução do CDS (!).
Após estes acontecimentos, o CDS não mais ousou manifestar-se em público. O PC, em aliança táctica com os partidos da extrema esquerda, tinham-no praticamente reduzido ao silêncio. Mais uma fatia do salame estava completamente cortada.
Os acontecimentos do Palácio de Cristal tiveram uma importância decisiva para a tomada de consciência da Europa sobre o ataque em forma comunista à democracia em Portugal. Com efeito, as dezenas de jornalistas e congressistas presentes, depois da noite de insónia e terror que tinham passado, puderam relatar com conhecimento de causa que, contrariamente ao que certos órgãos bem pensantes da imprensa europeia afirmavam – entre eles o consagrado «Monde» - as acusações de que a democracia estava em perigo em Portugal não eram uma invenção da reacção saudosista do antes do 25 de Abril …
* PREC (Processo Revolucionário em Curso) Acrónimo com que se designa correntemente o período ocorrido entre 11 de Março e 11 de Novembro de 1975 dominado pela esquerda comunista militar e civil)
Fonte: Texto de António Maria Pereira no Semanário Tempo
… continuado. Enquanto decorria o ataque, Freitas do Amaral, que em circunstância alguma perde a calma e a coragem, toma a palavra para denunciar o assalto em forma à democracia, em curso em Portugal: «os acontecimentos que estamos a viver» - diz o «leader» centrista – podem representar o início de um plano inclinado que conduzirá ao sossobrar da democracia pluralista em Portugal. Se as autoridades do País – militares, governantes e Polícia – não são capazes de exercer, a tempo e horas, o poder público de que dispõem, o País corre o risco de, a breve trecho, cair na pior das ditaduras, que é a ditadura da rua…»
Felizmente que os telefones não foram cortados, o que permite aos congressistas estrangeiros telefonar às suas Embaixadas, que alertam os governos respectivos. Giscard d’Estaing é acordado em plena noite. De todo este movimento telefónico resultou, já de madrugada, uma reunião de emergência de Estado-Maior General das Forças Armadas, que decidiu enviar, por avião, uma força de pára-quedistas a qual interveio com decisão, conseguindo finalmente e em pouco tempo afastar a multidão para longe do Palácio. Cerca de 200 automóveis retiraram do edifício 500 democratas-cristãos lívidos que acabam de passar a mais longa noite da sua existência.
No dia seguinte os «Grupos de Acção antifascista» realizam um comício de emergência no qual foi deliberado dirigirem-se ao Quartel General da Região Militar para solicitar a dissolução do CDS (!).
Após estes acontecimentos, o CDS não mais ousou manifestar-se em público. O PC, em aliança táctica com os partidos da extrema esquerda, tinham-no praticamente reduzido ao silêncio. Mais uma fatia do salame estava completamente cortada.
Os acontecimentos do Palácio de Cristal tiveram uma importância decisiva para a tomada de consciência da Europa sobre o ataque em forma comunista à democracia em Portugal. Com efeito, as dezenas de jornalistas e congressistas presentes, depois da noite de insónia e terror que tinham passado, puderam relatar com conhecimento de causa que, contrariamente ao que certos órgãos bem pensantes da imprensa europeia afirmavam – entre eles o consagrado «Monde» - as acusações de que a democracia estava em perigo em Portugal não eram uma invenção da reacção saudosista do antes do 25 de Abril …
* PREC (Processo Revolucionário em Curso) Acrónimo com que se designa correntemente o período ocorrido entre 11 de Março e 11 de Novembro de 1975 dominado pela esquerda comunista militar e civil)
Fonte: Texto de António Maria Pereira no Semanário Tempo
Etiquetas: esquerda, Palácio de Cristal, PREC, sequestro
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