Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

14.2.07

"Classe" ...escreve-se com caneta

A caneta-tinteiro ou caneta de tinta permanente como é vulgarmente designada em Portugal acaba de fazer 123 anos. Na sua origem haverá algo de verdade e de lenda.
Para a história ficou um acontecimento que, como em tantos outros casos, acabou por dar lugar a um novo invento.
O acontecimento aqui, seria um dia de particular azar do corrector de seguros nova-iorquino Lewis Waterman que, ao fim de muito trabalho e horas de argumentação, no preciso momento em que tinha conseguido a anuência para a subscrição de uma importante apólice de seguro, e esta ia ser assinada, um inoportuno borrão de tinta caiu acidentalmente sobre o documento, cuidadosamente manuscrito, inutilizando-o.
Havia que refazê-lo completamente e isso demorou algum tempo. Tanto bastou para que um concorrente de Waterman, se lhe antecipasse e conseguisse para a sua empresa o contrato de seguro.
Naturalmente desagradado com o ocorrido, começou de imediato a conceber um utensílio para escrever, que dispensava ser mergulhado na tinteiro e não borrava. E a 12 de Fevereiro de 1884, Waterman patenteou a sua revolucionária invenção – a caneta-tinteiro - que viria a torná-lo num homem rico.
A sua invenção foi lançada no mercado e conquistou imediatamente os escritores. "Que equipamento útil!" – elogiou Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes. Também Thomas Mann começou a usar "um desses engenhosos distribuidores de tinta".
Após a II Guerra Mundial, as canetas esferográficas conquistaram os bolsos e as mesas de escritórios. Nos anos 60, a caneta-tinteiro chegou a ser considerada obsoleta mas hoje vive um renascimento.
Schnädter, da Montblanc, explica a razão: "As pessoas hoje querem ter mais tempo. Escrever com uma caneta-tinteiro, retoma algo do perdido prazer na escrita, que, embora mais demorado, traz também o inefável sentimento de comunicar de uma forma verdadeiramente personalizada.
A Microsoft, diz o executivo, foi, sem querer, um dos nossos grandes veículos de propaganda.
Além de ser objecto cobiçado pelas casas de leilões, as canetas-tinteiro já têm até museus só para elas, por exemplo em Paris.
Os fabricantes de material de escritório facturam rios de dinheiro, vendendo produtos que imitam os clássicos. A Montblanc lança apenas 4.810 exemplares por ano, exactamente a altura em metros da montanha francesa – o pico mais elevado da Europa e que dá nome à caneta. Os aficionados dispõem-se a pagar preços exorbitantes por um exemplar raro.

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