Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

1.2.07

Evangelhos e Evangelistas


Os Evangelhos do Novo Testamento, derivam de uma realidade histórica concreta e reconhecível de opressão e descontentamento cívico e social, de agitação política, de perseguição incessante e de rebelião intermitente. Era também uma realidade inundada de promessas, esperanças e sonhos, da vinda de um rei legítimo, um líder espiritual e secular que conduziria o povo à liberdade.

Os estudiosos modernos são unânimes em concordar que os Evangelhos não datam do tempo da vida de Jesus. Na maioria datam do período entre as duas grandes revoltas na Judeia – 66 a 74 e 132 a 135 – embora se baseiem quase certamente em relatos anteriores.
Estes relatos, podem ter incluído documentos escritos que se perderam posteriormente, mas incluiriam com certeza, também tradições orais. Algumas foram, sem dúvida, grosseiramente exageradas e/ou distorcidas, recebidas e transmitidas em segunda, terceira ou quarta mão. Outras contudo, podem ser provenientes de indivíduos que tivessem vivido no tempo de Jesus e que, podem mesmo tê-lo conhecido pessoalmente.
Quem eram os evangelistas?


Marcos
Considera-se geralmente que o mais antigo dos Evangelhos é o de Marcos, composto durante a revolta 66-74 ou pouco depois. Embora Marcos não tivesse sido um dos discípulos originais de Jesus, o seu Evangelho teria sido composto em Roma e dirigia-se a uma audiência greco-romana.
Por forma a garantir a sobrevivência da sua mensagem, ter-se-ia obrigado a exonerar os romanos de todas as culpas pela morte de Jesus – a branquear o regime existente e a culpar certos judeus pela morte do Messias. Este estratagema, foi adoptado não só pelos autores dos outros Evangelhos, mas também pela Igreja cristã nos seus primórdios..Sem tal estratégia, nem a Igreja nem os Evangelhos teriam sobrevivido.

Lucas, Mateus e João
Os estudiosos datam o Evangelho de Lucas aproximadamente no ano 80. Lucas parece ter sido um médico grego. Quanto ao Evangelho de Mateus, parece ter sido composto por volta de 85. Mais de metade do Evangelho de Mateus, na verdade deriva directamente do de Marcos, embora tenha sido originalmente composto em grego. O autor parece ter sido judeu - não confundir com o discípulo Mateus que vivera muito antes.

Os Evangelhos de Marco, Lucas e Mateus são conhecidos como os Evangelhos Sinópticos, implicando que os seus autores concordavam, ou viam apenas “com um olho”. Certamente derivam de uma fonte comum – tradição oral ou qualquer outro documento posteriormente perdido. Isto distingue-os do Evangelho de João, que revela origens significativamente diferentes.

Não se sabe nada sobre o autor do Quarto Evangelho. Na verdade, nem há razões para presumir que o seu nome fosse João. Excepto em relação a João Batista, o nome de João, nunca é mencionado no próprio Evangelho e, aceita-se de uma forma geral, que a atribuição da sua autoria a um homem chamado João, é uma tradição posterior.

O Quarto Evangelho, é o mais recente dos que constam no Novo Testamento, composto por volta do ano 100, nos arredores da cidade grega de Éfeso. Exibe várias características bastante distintas. Não inclui a cena da Natividade, por exemplo, ou qualquer descrição do nascimento de Jesus.

Contém vários episódios que não figuram nos outros Evangelhos – o casamento em Canaã, os papeis de Nicodemus e José de Arimateia e a ressurreição de Lázaro. Pode bem ser o mais fiável e historicamente correcto dos quatro.

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