Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

26.1.07

Ahmadinejad - A Entrevista


Ficou surpreso com as reacções na Alemanha às suas afirmações sobre o Holocausto ?
- Não, nem um pouco, porque a rede do sionismo é muita activa em todo o mundo, e na Europa também. Assim, não fiquei surpreso. Estávamos a dirigir-nos ao povo alemão. Não temos nada a ver com os sionistas.
A negação do Holocausto passível de punição na Alemanha. Fica indiferente quando se confronta com tamanha indignação?
- Sei que que a Der Spiegel é uma revista respeitada. Mas já não sei se vocês têm permissãopara publicar a verdade sobre o Holocausto. Vocês podem mesmo escrever qualquer coisa sobre isso?
É claro que podemos escrever. Mas pelo nosso ponto de vista os alemães são culpados pelo assassinato de seis milhões de judeus.
- Bem, sendo assim nós provocamos uma discussão bastante concreta. Estamos apresentando duas perguntas bem claras. A primeira é: o holocausto realmente ocorreu? Você responde a esta pergunta na afirmativa. Assim, a segunda questão é: de quem foi a culpa por isso? A resposta para isso precisa ser encontrada na Europa, e não na Palestina. É perfeitamente claro. Se o Holocausto ocorreu na Europa, então é preciso que se encontre a pergunta também na Europa. Por outro lado, se não houve Holocausto, por que então esse regime de ocupação...
...Quer dizer o Estado de Israel...
...aconteceu? Por que os países europeus se comprometem a defender esse regime? Permita-me levantar uma questão a mais. Segundo a nossa opinião, se uma ocorrência histórica se coaduna com a verdade, tal verdade será revelada com a maior clareza se houver mais pesquisa e discussão a seu respeito.
Isso acontece há muito tempo na Alemanha...
- Não queremos confirmar ou negar o Holocausto. Opomo-nos a todos os tipos de crime contra qualquer povo. Mas queremos saber se esse crime ocorreu de facto. Se ocorreu, então aqueles que são responsáveis por ele têm que ser punidos, e não os palestinianos. Por que não é permitida a pesquisa sobre um facto ocorrido 60 anos atrás? Afinal, outras ocorrências históricas, algumas das quais se passaram vários milhares de anos atrás, estão abertas à pesquisa, e até os governos apóiam tal iniciativa.
Senhor presidente, não existe a menor dúvida nem quanto à existência do Holocausto: o destino dos palestinianos é uma questão inteiramente diferente, e isso nos remete ao presente.
- Não, não, as raízes do conflito palestino precisam ser buscadas na história. O Holocausto e a Palestina estão diretamente conectados um ao outro. E se o Holocausto realmente ocorreu, então vocês deveriam permitir que grupos imparciais de todo mundo pesquisassem o assunto. Por que vocês restringem a pesquisa a um certo grupo?

O senhor ainda afirma que o Holocausto é apenas "um mito"?
- Eu só aceitarei algo como verdadeiro caso fique realmente convencido disso.
Mesmo que nenhum pesquisador ocidental tenha qualquer dúvida quanto à existência do Holocausto?
- Mas existem duas opiniões quanto a isso na Europa. Um grupo de estudiosos, ou de pessoas, a maioria politicamente motivada, diz que o Holocausto ocorreu. Mas existe um outro grupo de pesquisadores que representa a opinião oposta e que, por isso, foi na sua maioria encarcerado. Sendo assim, um grupo imparcial precisa investigar e formular uma opinião sobre esta questão muito importante, já que o esclarecimento deste facto contribuirá para a solução de problemas globais. Sob o pretexto do Holocausto, ocorreu uma polarização muito forte no mundo, e formaram-se frentes antagónicas. Seria, portanto, muito bom se um grupo internacional e imparcial examinasse o assunto a fim de esclarecê-lo de uma vez por todas. Normalmente, os governos promovem e apóiam o trabalho dos pesquisadores sobre fatos históricos e não os colocam na prisão.

Quais seriam essas pessoas? A que pesquisadores o senhor se refere?
- Vocês devem saber disso melhor do que eu. Possuem a lista. Tem gente da Inglaterra, da Alemanha, da França e da Austrália.
Deve estar a referir-se a David Irving, a Ernst Zündel, a, Georges Theil, indivíduos que negam o Holocausto.
- O simples facto de os meus comentários terem causado tamanhos protestos, embora eu não seja europeu, e também o facto de eu ter sido comparado a certas pessoas que fazem parte da história da Alemanha, indica o quanto o clima para as pesquisas está carregado no seu país.
O senhor questiona o direito à existência de Israel?
- Veja bem, as minhas posições são bem claras. Estamos dizendo que se o Holocausto ocorreu, então a Europa precisa arcar com as consequências, e que não são os palestinianos que devem pagar o preço por isso. E se o facto não ocorreu, então os judeus precisam voltar ao lugar de onde vieram. Eu acredito que hoje o povo alemão também é prisioneiro do Holocausto. Na Segunda Guerra Mundial morreram 60 milhões de pessoas. Foi um crime gigantesco. Nós condenamos tudo isso. Somos contra o derramamento de sangue, não importando se o crime foi cometido contra um muçulmano, um cristão ou um judeu. Mas a questão é: por que, em meio a essas 60 milhões de vítimas, somente os judeus são o centro das atenções?

Todos os povos lamentam as vítimas da II Guerra , mas, nós alemães, não podemos esquivar-nos a uma culpa especial. Aquela referente ao assassinato dos judeus. Mas talvez agora devessemos passar a um outro assunto.
- Não, eu tenho uma pergunta para vocês. Que espécie de papel a juventude de hoje desempenhou na Segunda Guerra Mundial?
Nenhum.
- Então porque esses jovens deveriam nutrir sentimentos de culpa com relação aos sionistas? Por que as contas dos sionistas deveriam ser pagas com dinheiro dos bolsos dessa juventude? Se pessoas cometeram crimes no passado, então elas teriam que ser julgadas há 60 anos. Fim da história! Por que o povo alemão precisa ser humilhado hoje pelo facto de um grupo de pessoas ter cometido crimes em nome dos alemães no curso da história?
Existe uma espécie de vergonha colectiva por actos cometidos em nome dos alemães pelos nossos pais e avós.
- Por que tal fardo está colocado sobre o povo alemão? O povo alemão de hoje não tem culpa alguma. Por que não é permitido ao povo alemão o direito de se defender a si próprio? Por que os crimes de um grupo são tão enfatizados, em vez de se ressaltar a grandeza da herança cultural alemã? Por que os alemães não devem ter o direito de expressar as suas opiniões livremente?

Senhor presidente, estamos conscientes de que a história alemã não é feita apenas dos 12 anos do Terceiro Reich. Não obstante, precisamos aceitar que crimes horríveis foram cometidos em nome dos alemães..
- Vocês estão preparados também para dizer isso ao povo alemão?

Ah, sim, nós fazemos isso.
- Então vocês também permitiriam que um grupo imparcial perguntasse ao povo alemão se ele compartilha a vossa opinião? Nenhum povo aceita a sua própria humilhação.
Todas as perguntas são permitidas no nosso país. Mas é claro que existem radicais de extrema-direita na Alemanha que são não apenas anti-semitas, mas também xenófobos, e nós de facto consideramo-los uma ameaça.
- Deixe-me perguntar-lhe uma coisa: por quanto tempo mais isto pode continuar? Por mais quanto tempo você acha que o povo alemão terá que aceitar ser refém dos sionistas? Quando é que isto terminará - daqui a 20, 50, mil anos?
Não somos aliados acríticos de Israel no conflito palestino…
- Essa é precisamente a questão. Por que vocês deveriam sentir que devem obrigações aos sionistas? Se realmente houve um Holocausto, Israel deveria ficar na Europa, e não na Palestina.

Deseja transferir todo um povo 60 anos após o término da guerra?
- Cinco milhões de palestinos não têm uma casa há 60 anos. Isto é realmente surpreendente. Vocês vêm pagando indenizações referentes ao Holocausto há 60 anos, e terão que continuar a pagar por mais cem anos. Por que então o problema dos palestinos não é uma questão válida?

Sinopse. Entrevista à Der Spiegel

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