Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

15.2.07

Pensando com... OSWALD SPENGLER*



  • (...) o racionalismo, os regimes demo-liberais e o capitalismo estariam a provocar a desagregação da Civilização Ocidental. Seria assim urgente olhar para o passado e encontrar nos períodos históricos fundadores da superioridade do Ocidente um novo paradigma ético-moral e uma diferente modalidade de organização política, social e económica.

  • (...) Cada cultura é um organismo autónomo que segue leis biológicas de crescimento, florescimento e queda. Todas começam com uma primeira época, o período arcaico, elevam-se depois até uma alta cultura e acabam num período de ruína, no fim do qual o território é invadido por um povo jovem que começa um novo ciclo de cultura.

  • (...) O auge da evolução do Ocidente encontra-se na Idade Média, o período de alta cultura europeu em que a nobreza e o clero dominavam a flor da humanidade europeia. Nada se assemelha às obras religiosas e artísticas que essa época produziu, nem ao magnífico estilo de vida guerreiro da sua nobreza.

  • (...) A analogia da actual cultura ocidental com a antiga mostra que estamos a entrar na última fase, talvez a que corresponde ao fim da Antiguidade. A cultura das grandes cidade é paralela a Alexandria e aos últimos tempos de Roma: formigueiros de massas, predomínio de tipos inferiores, intelectualismo, cepticismo, mau gosto, busca do prazer e utilitarismo, soberania do dinheiro - alguns dos indícios comuns.

  • (...) Com a ascensão do "terceiro estado" começa a decadência (...) a era barroca ainda traz uns restos de criação cultural; depois a cultura passa a pura "civilização". Nesta prosperam o comércio e a indústria, a técnica e o militarismo, a ciência e a organização, mas não mais se criaram valores espirituais.

* Pensador alemão. Viveu entre 1880 e 1936. Formou-se nas universidades de Munique e Berlim. Pertencem às suas obras mais marcantes, “O Declínio do Ocidente”, e a “Lei Vital das Culturas” as ideias vertidas para os destaques acima .
Oswald Spengler concebe fundamentalmente a existência de uma ordem natural intrínseca a qualquer sistema e a todos os níveis da realidade, ordem essa. a que estariam sujeitas desde as plantas no seu crescimento até às civilizações humanas, passando inclusivamente pelo Cosmos.

O declínio – a passagem da «cultura» para a «civilização» - ocorrera com o crescimento da cidade e da burguesia (uma não-ordem) que se revolta contra as potências do sangue e da tradição, e se esforça por estabelecer o reino do Dinheiro com o regime democrático. Os partidos políticos, que dependem estreitamente do Dinheiro, prosseguem a destruição da ordem antiga com o fim de quebrar todos os obstáculos que se opõem ao poder dos Financeiros.

Mais realista que pessimista, Spengler prevê o fim do reino do Dinheiro - forma de pensamento e não coisa concreta - que será vencido pelo sangue, por um novo cesarismo, em virtude das forças naturais que, a seu tempo, sempre se impuseram.

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