Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

6.10.08

Lusíadas ou "Luisídias"?!...


Publicado em 1572, os Lusíadas de Luís Vaz de Camões têm sido considerados o maior poema épico da língua portuguesa. É uma epopeia moderna, em que o maravilhoso não passa dum artifício necessário, mas apenas literário.
Como texto renascentista, não poderia deixar de seguir a estética grega. com recurso a personagens mitológicas. Aliás dá também particular importância ao “número de ouro” ou à “proporção divina” como outros a designam. Assim, o clímax da narrativa, a chegada à Índia, é colocada no ponto, que divide exactamente a obra, segundo a proporção áurea (início do Canto VII).

Mas, será que estamos a interpretar os Lusíadas da forma mais correcta?

O consenso geral, é que o fio condutor do poema assenta na narrativa da viagem de Vasco da Gama à Índia, e através dela, Camões evoca e enaltece toda a epopeia do povo lusitano ao longo dos tempos. Como o título indica, o herói desta epopeia é colectivo, os Lusíadas, ou os filhos de Luso...

O historiador José Hermano Saraiva, certamente a maior autoridade actual sobre Camões e a sua obra, tem uma teoria bastante diferente da que vem fazendo consenso na cultura portuguesa, sobre o poema e o poeta. Ele afirma ter encontrado a chave da biografia camoniana, na própria autobiografia de Camões. Cito-o:

“Aquilo é codificado e todo o código tem uma decifração. Esse código encontrei-o na vida pessoal do Camões. Toda a poesia de Camões é fortemente auto-biográfica. Os grande poemas, todas as canções, todas as odes, todas as elegias ... todos os Lusíadas por exemplo, são fortemente auto pessoais.”

Os próprio Lusíadas são de tal maneira autobiográficos, que eu penso que a palavra “Lusíada” quer dizer “a vida de Luís”. “Lusi” é Luís, é um anagrama de Luís...

Provém de Luso!? Qual história!!!... Depois vieram com essa história do “luso”....Não há razão nenhuma para pensar nisso. Eu penso que “Lusíada” tem a ver com o nome “Luís”...Não é a epopeia dos lusos, mas a do Luís. Como a Eneida é a epopeia do Eneias; como a Odisseia é a epopeia do Odisseus (ou Ulisses) Odisseus é o nome em grego. Os poemas clássicos têm o nome do herói. E aqui o herói não é o Vasco da Gama, é o Luís de Camões. E, do princípio ao fim, o Camões está a falar de si próprio".

Se a razão está do lado do Professor José Hermano Saraiva, e Lusíadas tem a ver com Luís e não com Luso, já se viu quantas expressões vão ficar vazias de sentido e ter que ser corrigidas, no português que falamos lemos e escrevemos todos os dias?

Uma consulta aos verbetes principais de um motor de busca, encontra imediatamente: “Povo lusíada, Universidade Lusíada, Editora Lusíada, poema A Alma Lusíada, Fundação Lusíada, Avenida Lusíada, Quarteto Lusíada, Padaria Lusíada, livro A Era Lusíada , trova de amor Lusíada , Cultura Lusíada...

E quantos notáveis da política e do “mainstream” vão concluir que o diploma académico, que ostentam com tanto orgulho, atesta apenas que se licenciarem na “Universidade do Luís”. Que Bronca!

Créditos para: Programa Quinta Essência (RTP2) e Google

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