Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

4.10.08

Como se Fabrica um Presidente


Em política não há coincidências. Quando vi a série de TV “24 horas” percebi que as forças económico-políticas que determinam a produção de Hollywood, estavam a preparar a opinião pública norte-americana para aceitar uma candidatura às eleições presidenciais, em rotura com a tradição e passado histórico da nação, ou, dito de forma mais directa, o candidato não seria um homem branco.

Portanto aí está o afro-americano Obama, a ser alavancados na senda que o pode conduzir à presidência dos EUA. Ele pode ser um político desinteressante, não muito diferentes de tantos outros, mas, que ninguém se iluda: se ganhar, o seu principal trunfo vai estar na cor da pele, muito mais do que nas suas propostas políticas. O “24 Horas” tudo fez para desbravar esse caminho.

Muitos Republicanos e conservadores em geral não são racistas – embora haja alguns que o sejam e alguns Democratas e Liberais também – mas não vêem a menor necessidade de colocar um negro como presidente num futuro próximo. Ou simplesmente não pensam que isso seja possível proximamente. Os Conservadores em geral são figuras práticas, não muito dados a sonhos e fantasias que eles não vejam como viáveis.

Nesta série “24 Horas” como noutras semelhantes, não só o presidente americano é negro, - papel, aliás interpretado por um excelente actor -, como os personagens principais cheios de virtude (os “bons”), provém de minorias raciais. Já os “maus”, os que atentam contra a vida das pessoas, contra a nação e colaboram com o terror, são sempre brancos, a começar pelo vice-presidente.

Esta é a visão de uma certa América que se julga progressista. A virtude segundo eles, vem com a raça e o género. Logo, um neo-racismo anti-branco, que se manifesta em aberrações sociais e atentados à dignidade e inteligência humana como são as “políticas de quotas”.

O mundo que 24 Horas mostra, é um prato cheio para os críticos das instituições: funcionários do governo traidores, facilidade de acção dos terroristas, agentes que não hesitam em matar. É o retrato que o filme procura dar de governabilidade e dos EUA.

Nada mais fácil ou melhor do que ter recursos, como tem Hollywood, para retratar quem eles não gostam. E pobre de quem assiste aquilo achando que é a tradução da verdade! A TV tem essa magnífica possibilidade de mostrar os outros como eles os vêem, e mostrar seu ponto de vista ao mundo.

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