Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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Localização: Covilhã, Portugal

A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

27.9.08

Os Terroristas deviam andar Fardados (2)


O que é fundamentalmente diferente, no acto do piloto de um avião bombardeiro ao accionar o comando que vai soltar uma ou várias bombas, que vão destruir locais com nomes como Dresden, Nagasaki ou Hiroxima, e no acto de um jovem palestiniano que se imola ao fazer explodir o seu cinto de explosivos, algures do Médio Oriente?
Ambos vão provocar a morte de pessoas inocentes; ambos vão aterrorizar muitas outras pessoas; ambos obedeceram a ordens. Onde estão as diferenças, para além da escala não comparável dos danos causados?


Quanto a mim, a diferença não está nem nas causas e motivações nem nos efeitos. Está sim, em termos éticos e de dignidade humana. No momento em que um faz, voluntariamente, o sacrifício supremo da sua vida, o outro, no seu confortável cockpit (quem sabe?), apenas tem o incómodo de, durante uns breves instantes, interromper o mascar da sua pastilha elástica.
Mas, nos jornais do dia seguinte, vão invariavelmente aparecer referências a um “terrorista” que se fez explodir causando “n” vítimas, e, num outro local desses jornais, referência a uma “acção militar de bombardeio a um alvo estratégico”.

Um ponto de vista, numa definição clássica, depende completamente “do ponto” em que se encontra, quem tem esse ponto de vista. Parece um redundância, mas pensando um pouco compreende-se a lógica que lhe está subjacente. Terrorismo, é afinal também um ponto de vista. Logo, “terroristas” são sempre os outros, aqueles que, no nosso ponto de vista, não nos combatem envergando algo idêntico aos rutilantes uniformes do tipo dos cadetes da Crimeia como tanto nos conviria, mas usam as estratégias, os locais e os tempos de ataque, que mais lhes convém, a eles.

A Resistência francesa que, com as suas acções de sabotagem e atentados, a militares mas também a pessoas a quem chamavam de colaboracionistas, durante a ocupação alemã (IIGM) tanto contribuiu para derrotar os alemães em Paris, até à libertação da cidade em Agosto de 1945, como rotulá-la? Heróis, patriotas?

Vistos do lado francês, seriam; vistos do lado alemão eram terroristas. Vistos ainda a uma perspectiva histórica, sabe-se que não eram uma coisa nem outra. Apenas uma milícia civil comunista controlada a partir de Moscovo, cujo “patriotismo e heroicidade” só lhes ocorreu, quando os alemães romperam o pacto germano-soviético e invadiram a Rússia. Aí sim, começaram a desenvolver acções contra o invasor alemão. Até então (1941) os “patriotas” da Resistência estavam quietinhos e em stand-by. Ocorre perguntar: eram “patriotas” de que pátria – a francesa ou a do proletariado?

A guerrilha que combatia o exército português em África era em Lisboa designada oficialmente por “terroristas”. Também o eram – que outro nome não se consegue encontrar para descrever a acção de matarem (Massacre da UPA - 1961) a golpes de catana todos os brancos que lhes apareciam na frente – mas formalmente eram soldados numa luta independentista.

O Terrorismo passou a ser assunto discutido internacionalmente após o “ataque” às torres gémeas do Word Trade Center, em Nova Iorque, nos Estados Unidos em 11 de Setembro de 2001, que originou cerca de três milhares de vítimas mortais. Pela primeira vez, os Estados Unidos, de exportadores de terror (segundo eles sempre para benefício da paz...) passaram a importadores involuntários.

Os norte-americanos aprenderam há muito com os seus (...difícil encontrar o termo certo), ... poderosos amigos e aliados judeus, o conceito pratico do “control damage”, que tentando encontrar uma expressão equivalente em português, seria assim algo como “dar-a-volta-por-cima”.

Os Judeus tiveram graves problemas durante a II Guerra Mundial – não com as dimensões que querem fazer crer – mas digamos, muito graves. Controlaram o dano, vitimando-se até ao extremo e fazendo do seu sofrimento uma bandeira que, devido a um complexo de culpa induzido entre os restantes gentios do mundo (especialmente alemães), lhes abriu as portas certas, para prosperarem nos seus negócios e lhes permitiu retomarem um Poder, que nunca foi tão grande.

Os norte-americanos por sua vez, tiveram “aquele” problema mal esclarecido, - como são quase todos os grandes acontecimentos naquele país - do World Trad Center. Anos e anos ainda se vão passar em discussões inconclusivas sobre, se foi um “atentado a partir do exterior”, “operação de inteligência e auto-atentado”, “implosão”, “encenação” etc. É melhor esperar sentado.

Fosse como fosse, a sabedoria aprendida com os sionista, fê-los encher os céus planetários com o seu brado indignado: “Terroristas: o mundo vai ser pequeno para conter a nossa justa ira!”.
E foram por aí fora, como se sabe, para o que nem necessitavam do pretexto do “atentado”, como toda a sua história relata. Só que agora na condição de incontestados justiceiros mundiais, vendo "terroristas" e “eixos do mal” em tudo o que é sítio, sobretudo se tem poços de petróleo por perto.

Aqui sim, eventualmente lamentando, por questões de custos económicos e de funcionalidade, o facto de nenhuma organização mundial ter ainda tornado obrigatória o uso de farda para o exercício de “terrorismo”, tiveram que remover – à bomba – pedra por pedra em alguns países do Médio Oriente, para tentar encontrar os putativos terroristas, sem aqueles recursos tecnológicos que se vêm nas séries televisivas americanas e, por isso mesmo, transformando indiferentes e neutros de todo o mundo em críticos dos Estados Unidos.

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