Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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Localização: Covilhã, Portugal

A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

1.9.08

Vagina. Vc. Sabe o Suficente?...


Sabe, por exemplo, que na tradição de alguns povos, o órgão genital feminino tem, muito para além da sua função natural, eventuais poderes extraordinários, atemorizantes mesmo?
Anote:


- Há um provérbio catalão que diz “la mar es posa si viu el cony d’una dona” (o mar acalma-se se vê a cona de uma mulher).
- O folclore russo relata como um urso que surja do meio do mato, pode ser afugentado se uma rapariga lhe erguer as saias. Parece que frente à adversidade, a melhor opção de uma mulher é erguer a saia.

Sabe, que pode encontrar ícones da vagina feminina - sobretudo do seu “exclusivo” órgão anatómico, o clítoris - cuja única finalidade é a de proporcionar prazer sexual e que nenhuma outra fêmea animal possui – na arquitectura medieval? Essa pequena protuberância encontra-se – embora sub liminarmente – celebrada com o botão de rosa, no topo dos arcos góticos das grandes Catedrais do Renascimento.
Encontra ainda a vagina representada no interior de muitos templos cristãos! Na iconologia vaginal, as amêndoas e os genitais femininos estão ligados através das formas. Segundo a mitologia clássica, as amêndoas brotaram da vagina de Cibele, a deusa da natureza e mãe de todas as coisas vivas.

Na arte cristã, em pinturas e esculturas medievais a virgem Maria e o seu filho, são muitas vezes representados envoltos numa área luminosa em forma de amêndoa – uma “mandorla”.
Um uso mais contemporâneo dessa auréola vaginal aparece muitas vezes como peça central dos altares de igrejas (ex. S.Tiago – Covilhã) e catedrais, como a de Coventry na Grã-Bretanha. Trata-se de uma gigantesca “mandorla” de onde emerge a figura de Cristo em glória.

A Vagina, ao longo da História, impressionou sempre mais a Arte os artistas do que a Ciência e a Filosofia, que eram por vezes duros na sua análise:

Os anatomistas do Renascimento proclamavam que a vagina era um pénis subdesenvolvido e virado do avesso, que os ovários eram testículos, o útero um escroto e o clítoris também era um pénis.
-Para Aristóteles, a mulher é uma espécie de homem mutilado.
- Galeno (Cláudio, médico grego, 131-200, ensinava: “Tal como o ser humano é o mais perfeito de todos os animais, da mesma forma, entre os seres humanos, o homem é mais perfeito que a mulher e a razão da sua perfeição é o seu excesso de calor, pois o calor é o instrumento primário da Natureza.”
- Gaspar Bauhim (1560-1624) sentenciava, por sua vez: “Nós, portanto nunca encontramos uma história verdadeira, segundo a qual um homem se tenha tornado mulher, porque a Natureza caminha sempre em direcção ao que é mais perfeito e nunca actua ao contrário.”

Finalmente a génese da palavra vagina: Tem a sua origem no hábito anatómico de usar semelhanças para conferir nomes. Em latim, a palavra implicava originalmente uma bainha ou estojo de protecção da lâmina de uma arma branca, a cobertura protectora de uma espada. Só no Século XVI a palavra começou a ser usada em associação com uma parte da anatomia feminina.

Créditos para o livro “A História da V” de Catherine Blacklede, jornalista britânica especializada em Ciência.

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