Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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Localização: Covilhã, Portugal

A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

16.10.06

Já não há revolucionários (e cornos) como dantes!

  • (...)"Você é suficientemente inteligente para não se importar se a sua mulher arranjar um amante um mês depois de casar.”
  • (...) “Um homem tão inteligente como você não deve consentir que lhe batizem os filhos, porque desse modo contribuiria para o progresso e para a propaganda civilizadora, como é dever de todos os homens, tarefa que talvez se cumpra melhor quanto menos preconceitos se respeitarem!"
  • (...) Outro exemplo: Varentza, depois de viver sete anos com o marido, abandonou os dois filhos e, numa carta que dirigiu ao primeiro, declarou clara e terminantemente: “Verifiquei que não posso ser feliz com vocês. Nunca lhes perdoarei por me terem enganado ocultando-me a existência de outro regime social baseado nas comunas. De tudo isso tomei conhecimento há pouco, graças a um homem generoso a quem me entreguei e com o qual fundei uma comuna. É demasiado tarde e quero ser feliz.”
  • (...) Mesmo assim (ela, a rapariga) compreendeu perfeitamente certos pormenores … Por exemplo, compreendeu sem dificuldade que beijar a mão … isto é, que o homem ao beijar a mão à mulher a ofende, por lhe fazer sentir a desigualdade existente entre ambos.
  • (...) ocupemo-nos agora das infidelidades: A palavra “cornos”, posta em circulação por Puschkine, essa palavra baixa e grosseira, não figurará nos dicionários do futuro. Que aberração! Não há nada mais absurdo! Pelo contrário, no casamento livre não haverá nada disso! Os cornos são apenas consequência natural e por assim dizer o correctivo da união legalizada, um protesto contra um laço indissolúvel, e observados desse ponto de vista nada têm de humilhantes … Se um dia – coisa absurda, mesmo no campo das hipóteses! … - me casasse legalmente, gostaria muito que me pusessem esses cornos que tanto o assustam… Então, diria à minha mulher:”Até agora, apenas te amei, minha querida: mas daqui em diante admiro-te porque soubeste protestar!” Ri-se? Isso é porque não possui a energia necessária para romper com os preconceitos …

Falas e perfil da personagem André Semionovich Lebeziatnikov – “um dos jovens progressistas mais avançado de Sampetersburgo, onde abundavam os progressistas, os nilistas e os idealistas sedentos de justiça” em Crime e Castigo – Dostoiewski

1 Comentários:

Blogger Sonynha disse...

Homens e mulheres desenvolveram diferentes estratégias para lidar com o problema da sobrevivência e da reprodução. Os homens, para se certificarem de que os filhos gerados num relacionamento são verdadeiramente seus, o que tem conseqüências substanciais para a sua auto-estima, têm o seu ciúme motivado pela suspeita de infidelidade sexual de sua mulher. Já elas, diante do temor de que o seu companheiro possa se envolver emocionalmente com uma rival, a ponto de dirigir seus investimentos materiais, afetivos e financeiros para esta pessoa, desenvolveram o ciúme como uma resposta apropriada para a manutenção deste relacionamento
e a consequência nesse excesso de amor....TRAIÇÂO!

16/10/06 13:43  

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