Memória - Greves em 1941
Durante o regime do Estado Novo a greve da indústria dos lanifícios da Covilhã de Novembro e Dezembro de 1941 é das mais significativas. Então, os operários reivindicavam um subida dos salários a que parte do patronato se dispunha a anuir.
Mas o Governo, não querendo abrir um precedente na sua política de congelamento salarial, ordena ao Instituto Nacional do Trabalho e Previdência e ao Grémio dos Lanifícios que proíbam os aumentos.
Essa greve, que Ferreira de Castro imortalizaria no livro A Lã e a Neve traduziu-se em ocupação de instalações, manifestações de rua, choques com as forças de segurança e numerosas prisões. 14 dos grevistas serão acusados e condenados por "crime de sublevação". Só em 1943 os aumentos salariais seriam concedidos através de um novo Contrato Colectivo no sector.
Muitos observadores relacionaram então, e agora, este surto grevista, com a queda de Mussulini na Itália, facto que a central por detrás das greves - o Partido Comunista - acreditava ser prenúncio da queda do salazarismo.
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