Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

10.1.07

Testemunhas do Século XX


Charles De Gaulle

Charles de Gaulle, foi provavelmente o último grande líder que esteve à frente da nação francesa, depois de Napoleão. Militar distinto, combatente na I Guerra Mundial foi, contrariando Roosevelt e os EEUU, o líder das forças francesas livres durante a II Guerra Mundial contando para isso também com o apoio dos sectores esquerdistas da resistência francesa, que apreciavam a sua postura anti-americana.

No pós-guerra, de Gaulle iria confirmar essa sua atitude anti-americana, ao tentar dar à França um ar de potência mundial - por exemplo com a construção da bomba de hidrogénio francesa, que a tornou uma potência atómica. Chamado para formar um governo em 1958, inspirou uma nova constituição e foi o primeiro presidente da Quinta República Francesa, de 1958 a 1969.

Entre 1946 e 1958, a França passara por um período difícil: política e governos instáveis, revoltas por independência nas colónias de África, além da tentativa de reerguer o país ainda devastado pela Segunda Guerra. Em 1958, no auge da crise da Argélia, a Assembleia Nacional, pressionada pelos militares, convida De Gaulle a elaborar uma nova Constituição. Nascia assim a Quinta República.

Tão logo foi eleito presidente, De Gaulle promulgou uma Constituição que reforçava os poderes presidenciais. Ele sabia da importância de um governo forte, nacionalista e conservador para reconquistar o prestígio e o poder da França no exterior. De Gaulle costumava afirmar que "a França é a luz do mundo". Nos anos que antecederam a II Guerra, assim era. O francês era então a segunda língua de quase todo o mundo civilizado.
O eixo principal da política internacional de de Gaulle foi a independência nacional, com algumas consequências práticas, como a relutância a certas associações internacionais como a ONU ou à antiga Comunidade Económica Europeia. O seu ponto principal era que a França não deveria depender de um país ou organização estrangeiros para sua sobrevivência, daí a criação da força de dissuasão nuclear, e que a França deveria recusar toda forma de servidão militar a uma potência estrangeira, fosse ela os Estados Unidos ou a União Soviética.

Durante sua gestão, De Gaulle negociou a independência da Argélia e enfrentou a oposição armada dos oficiais de direita do Exército. O seu governo reergueu a economia do país, liderou a Comunidade Económica Europeia e desvinculou-se do comando militar da NATO (OTAN). Com isto, De Gaulle voltou a colocar a França no topo da Europa. Foi, sem dúvida, um dos maiores estadistas que o país já conheceu.

As revoltas estudantis de Maio de 68 abalaram seu governo. Embora um milhão de pessoas tenham cantado o hino A Marselhesa em solidariedade ao presidente, De Gaulle teve que ceder muito às reivindicações das classes sociais mais baixas e do sistema de ensino.

O seu estilo conservador não condizia mais com o novo panorama francês de sindicatos e greves. Em 1969, De Gaulle renunciou, após sair derrotado de um plebiscito sobre uma reforma constitucional. Morreu em 1970, aos 80 anos

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