Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

3.1.07

Psicanálise - Nos Limites da Charlatanice



... continuado
"Emmy von N.", em verdade Fanny Moser, procurou o médico com toda a sorte de dores. Era viúva de um industrial e uma das mulheres mais ricas da Europa. A sua fala era entrecortada por estalos de língua involuntários e, quando excitada, o seu discurso era interrompido por gaguez e um tique nervoso que retorcia as suas feições.

Freud metralhou a paciente com perguntas sobre a infância, de cunho sexual, para, depois, declará-la curada. No entanto, segundo Webster, ele poderia ter reconhecido que a sra. Moser sofria da síndrome de Tourette, um complexo de sintomas que aparece depois de uma meningite. O mal, já bem conhecido, revela-se pelos indícios da doença de Fanny.

Os motivos que levaram Freud a desconsiderar esse diagnóstico óbvio, a despeito de conhecer pessoalmente o descobridor da doença, o francês Gilles de la Tourette, levam o pesquisador britânico a afirmar que os fundadores da psicanálise operavam no limite da charlatanice. Os magros resultados da terapia de Freud não prejudicaram a sua fama de psicanalista. Em 1900, ele era considerado o último recurso para doentes nervosos desenganados pela medicina tradicional.

No início, Freud conquistou sobretudo as mulheres das famílias judias vindas do Leste, que sofriam a perturbadora coerção de terem que se adaptar rapidamente aos padrões culturais da Europa Ocidental, um problema de assimilação que ele conhecia por experiência própria.

Quando, todos os domingos, visitava sua mãe, Freud era acometido por cólicas estomacais. Seu pai, Jacob, sempre se esforçou para integrar-se à sociedade, mas nunca conseguiu sucesso como comerciante, em Viena.Assim, o filho, Sigmund, bem-sucedido na sua ascensão, manteve-se dividido entre dois mundos. Freud era atormentado por temores neuróticos de pobreza e surgiu para muitos judeus como o líder capaz de dirigi-los pelo labirinto da psique, fazendo de sua própria vida íntima o mais importante factor de orientação. E, assim, o pretenso complexo de Édipo universal, mito central de sua doutrina psíquica, espelha sua própria história familiar.
Sinopse. Livro “Acuso” de Diógenes Magalhães

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