Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

27.12.06

Freud Errou...



... continuado
Tal como outros iconoclastas, Freud passou de rebelde a criador de uma "nova ortodoxia", uma doutrina de salvação terrena, que ostenta claros aspectos das "tradições judaico-cristãs". No recém-publicado Why Freud Was Wrong, Richard Webster tenta explicar como o neurologista vienense - racionalista e agnóstico convicto - tornou-se o fundador de uma religião e guru de um movimento espiritual universal. Sua resposta: ambição desmedida e messianismo foram as forças motrizes daquele que, no fim da vida, gostava de comparar-se a Moisés.

À procura de temas de pesquisa originais, o jovem médico fez experiências com cocaína. A sugestão viera de um médico militar prussiano que galvanizara os seus recrutas estafados com a droga.
Depois de ter experimentado cocaína, Freud teceu-lhe loas num artigo, chamando-a de verdadeira panaceia. Elizabeth Thornton, pesquisadora americana da obra do pai da psicanálise, acredita que ele foi cocainómano por um longo tempo. Os indícios estão nas cartas algo desvairadas que enviou à sua então noiva e futura mulher, Martha Bernays.

Pouco depois, participou, com igual entusiasmo, das pesquisas de um amigo médico chamado Wilhelm Fliess, para quem havia um relação estreita entre os órgãos olfactivos e os sexuais.
Partindo dessa premissa exótica , Fliess, um otorrinolaringologista , tratava distúrbios sexuais com operações nasais. Freud ficou tão impressionado com as dúbias experiências do colega que se deixou operar por ele várias vezes, no afã de livrar-se de patologias neuro-sexuais. Só se distanciou dessa sangrenta terapia sexual depois de ter quase perdido (matado?) uma paciente, vítima de uma intervenção nasal malograda.

Histerias - Freud seguiu à caça de descobertas sensacionais. Outro colega, o clínico geral Josef Breuer, despertou o seu interesse pela histeria, doença da moda no “fin de siècle”, que podia provocar paralisias ou alucinações (hoje, por motivos ignorados, esse mal não existe mais). Breuer queria curar mulheres histéricas por meio de hipnotismo e Freud entusiasmou-se com a ideia, não tardando a aplicá-la em seu consultório. Com a tenacidade de um inspector de polícia, investigou nas suas histéricas, motivos sexuais secretos, que ele considerava como causas da moléstia.

Em Maio de 1895, junto com Breuer, Freud publicou os Estudos sobre Histeria. Para Webster, os relatórios terapêuticos do chamado "livro fundamental da psicanálise" são contos de fadas. O pesquisador comprovou que nenhuma das cinco pacientes mencionadas foi definitivamente curada. Em sua opinião, a maioria nem sequer sofria de histeria. Nem mesmo "Emmy von N.", que Freud apresentou como seu exemplo mais significativo.
Sinopse. Livro “Acuso” de Diógenes Magalhães

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