Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

20.12.06

Misterioso, Assassinado de Forma Misteriosa


No dia 17 de Dezembro de 1833, Kaspar Hauser morreu na cidade de Ansbach, em consequência do esfaqueamento por um desconhecido.
Cinco anos antes, ele aparecera em Nuremberg, sem que ninguém soubesse de onde vinha. Crescera trancado num porão e tinha grande dificuldade em movimentar-se. Hauser tornou-se logo um polémico objecto de pesquisas. Nunca se pôde esclarecer as suas origens, nem as circunstâncias da sua morte.

Dizem que ele vinha de Nuremberg e que não sabia falar uma palavra. Na praça do mercado, fizeram uma roda em torno dele, para observá-lo. Uns diziam que ele era um animal, outros perguntavam o que ele queria aqui e que fosse para o diabo, fora com ele, fora com ele...

Mas a curiosidade dos cidadãos de Nuremberg não deixou que o expulsassem, naquela segunda-feira de Pentecostes, em 1828. O poeta e filósofo Anselm von Feuerbach descreveu "um jovem com roupas de camponês, que estava ali parado numa postura muito estranha e tentava mover-se para a frente, parecendo um bêbado, sem erguer-se direito e sem conseguir controlar os seus pés".

Levado para o posto policial, ele foi incapaz de dar informações sobre si próprio: nem o seu nome, nem de onde vinha, nem sua profissão puderam ser apuradas pelas autoridades. As suas respostas eram sempre frases sem nexo, mais gaguejadas que faladas. Foi impossível obter mais dados sobre o estranho.

Este, de aproximadamente 20 anos de idade, recebeu o nome de Kaspar Hauser. O destino desse "filho da Europa", como foi chamado, comoveu a opinião pública do século XIX, como poucos outros acontecimentos. Em todo o continente, as pessoas podiam ler nas gazetas e jornais o relato sobre o misterioso jovem, que surgira do nada em Nuremberg.

Ainda hoje, inúmeros livros e teses, são produzidos, sempre com novas versões e interpretações da história. Incontestável é, contudo, o facto de que o rapaz – desnorteado, inteiramente descuidado e quase demente, ao ser encontrado – conseguiu absorver com êxito a mais progressista instrução escolar da sua época, em apenas quatro anos. Aprendeu música e demonstrava talento para a poesia. Será, então, que tinha uma "origem de classe alta"? Quem sabe, até mesmo, um filho de Napoleão?

Seja como for, Hauser não viveu muito. Ele havia sido transferido para a cidade de Ansbach, nas proximidades de Nuremberg. Lá, saiu a passear no dia 14 de Dezembro de 1833, quando foi esfaqueado no peito por um desconhecido. Era o segundo misterioso atentado contra a sua vida, desde que alguém o depusera na praça do Mercado de Nuremberg. Desta vez, ele só conseguiu sobreviver três dias ao esfaqueamento.

Embora real, a vida de Kaspar Hauser parece um produto de ficção. No local do seu assassinato, foi posta uma placa com dizeres em latim: "Hic occultus occulto occisus est" (Aqui um misterioso foi assassinado de forma misteriosa).


Fonte: Deutch Welle World

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