Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

4.1.07

Psicanálise - Um Refinado Engodo


... continuado
Em 1897, Freud escreveu: "Também em mim observei a paixão pela mãe e o ciúme pelo pai, considerando-os hoje um acontecimento generalizado da tenra infância". O psicanalista procurou verdades universais até mesmo em seus próprios sonhos. Em Interpretação dos Sonhos, ele revelou o truque que lhe permitiu convencer os outros do acerto de suas conclusões subjectivas.

No início do seu compêndio sobre os sonhos, Freud pede ao leitor: "Torne seus os meus interesses, procurando aprofundar-se nos menores detalhes de minha vida". Somente os que fossem capazes de tornar suas as visões do autor aprenderiam a encontrar os chamados rastos "do significado secreto dos sonhos".

"Um bom psicólogo é capaz de colocar-se em sua própria situação, sem o menor esforço", ironizou-o o satirista Karl Kraus, que considerava o esforço de convencimento sugestivo de Freud um refinado engodo.

Posando como cientista irredutível, o egocêntrico Freud conseguiu aumentar ainda mais sua fama junto ao leitor bem formado. O filósofo Ludwig Wittgenstein declarou o seu espanto pelo facto do pai da psicanálise suspeitar da existência de motivos sexuais em quase todas as imagens de sonho, sem, no entanto, jamais descrever sonhos eróticos, "mesmo que estes sejam tão frequentes como chuva".

Exercendo clínica até altas horas da noite num beco vienense, Freud proclamava que a psicanálise não era apenas uma terapia, mas uma necessidade, a ser praticada por todos. Para o historiador John Farrell, a sua incansável disposição para pressupor a existência de um significado mais profundo e secreto em todas as manifestações, de sonhos a equívocos cotidianos, revela traços patológicos. Farrell vê a desconfiança contra tudo e todos como uma marca da obra e da vida do psicanalista, atestando-lhe paranóia, com os sintomas característicos: megalomania, mania de perseguição, hostilidade, egocentrismo e a tendência a responsabilizar os outros pelos próprios erros e fraquezas.

Mas o desenvolvimento da sua "ciência" era implacável e a procura pelo auto-conhecimento tornou-se a palavra de ordem dos freudianos, um programa que resgatava a psicanálise do gueto da cura de doentes e a entronizava como um amplo e inesperado movimento de massas. Então, Freud considerou secundárias as qualidades terapêuticas.

Certa vez, confiou ao discípulo e amigo Sándor Ferenczi a sua opinião sobre o poder terapêutico dos seus métodos e o que achava de seus clientes neuróticos: "Os pacientes são um populacho, difícil de ser ajudado". Freud cobrava então 10 dólares ou 50 coroas austríacas por hora de sessão, pagos à vista em notas bancárias, na época, um honorário bastante elevado. Quando seu cliente americano Joseph Wortis tornou-se inadimplente (recusou-se a cumprir o contrato), o mestre interrompeu imediatamente o tratamento.

Sinopse. Livro “Acuso” de Diógenes Magalhães

1 Comentários:

Blogger Marcos Vinicius Gomes disse...

Interessante...ele está sublinarmente na literatura, na música, nas artes, no cinema numa paranóia coletiva em busca de simbologias...parece um beato a ser seguido pelos quatro cantos do mundo, amiúde por estas bandas meridionais brasieleiras.

10/9/10 20:03  

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