Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

4.10.06

Desconstruindo Demónios: O Tabaco (2)

Fumar faz todo esse mal que se apregoa?
Outra vertente dessa terceira onda foi estimulada pela divulgação, em Maio de 1994, de 4 000 páginas de documentos e comunicações internas de dois fabricantes de cigarros. Essa papelada incluía uma sentença feita em 1993 por um quadro técnico, que ocupava um posto importante numa fábrica de cigarros."A nicotina vicia", disse o referido quadro. Este assunto seria convertido no argumento de um filme de Hollywood.

"Estamos então no negócio de vender nicotina, uma droga que vicia?". É nesse ponto que se batem os antitabagistas. A indústria diz que fumar é um caso de livre escolha. Uma pessoa quer fumar, então fuma. Contrapõem agora os militantes da cruzada contra o tabaco: como falar em livre escolha quando se trata de algo que vicia?

Uma das razões de a indústria ter sido bem sucedida até agora nas acções judiciais é que essa é uma questão muito mais controversa do que a maioria das pessoas imagina. Há um emaranhado de números e de pesquisas que confundem muito mais que elucidam. A única conclusão 100% segura a que se chega é que faltam ainda muitos anos de pesquisa para que a medicina chegue a um consenso sobre o cigarro. "Nunca ficou demonstrado que fumar provoca cancro", escreveu o médico dinamarquês Tage Voss em seu livro Smoking and Common Sense, de 1992.

Obrigado por fumar" é um livro escrito por Christopher Buckley, lobista americano da indústria do tabaco. O livro é uma baforada de nicotina lançada com graça e talento sobre o puritanismo americano. Os argumentos são tão bem apresentados que o leitor se sente pecaminosamente inclinado a ficar a favor do tabaco e contra a horda de moralistas. Numa passagem do livro o principal personagem rebate a acusação de que o cigarro produz câncer, lembrando que o governo americano investe há décadas em armas nucleares, material tetricamente cancerígeno.
Lançado no momento em que a indústria atravessa uma carga pesada de críticas ele reforça o discurso dos executivos do tabaco de que entre as dezenas de milhares de estudos acumulados sobre os malefícios do cigarro, ainda não apareceu um único capaz de provar, sem nenhuma possibilidade de contestação, que fumar faz mal à saúde.

continua...

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