Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

3.10.06

Desconstruindo Demónios: O Tabaco (1)

Cigarro - Uma guerra americana


Inalar fumo é prejudicial à saúde. Qualquer fumo. O nosso corpo está feito para respirar ar. Ar puro, algo que só existe em algumas, poucas, remotas áreas do planeta e até nessas, só em ocasiões pontuais, porque a poluição impulsionada por ventos e correntes de ar, percorre hoje todo o planeta, indiferentes a fronteiras.

No início, esteve, há 500 anos, uma oferta respeitosa dos índios americanos a Colombo. Depois o hábito de fumar foi disseminado pelo mundo através de soldados e marinheiros, para quem representava momentos de relaxamento em meio a guerras e viagens. Depois, foi incorporado pelas cortes européias.

Não se pode afirmar que as campanhas contra o tabaco sejam propriamente uma novidade. No início do século XVII, na Inglaterra, o rei Jaime I classificou o hábito de fumar como "repulsivo". Também Adolf Hitler foi um crítico feroz do tabaco, a ponto de ter imposto uma regra segundo a qual as mulheres alemãs não fumariam sob o III Reich.

Em tempos mais recentes, a guerra ao tabaco experimentou três ondas distintas nos Estados Unidos. A primeira surgiu entre os anos 50 e 60. Foi quando apareceram as primeiras acções judiciais ligando doenças ao tabaco e responsabilizando os fabricantes por esse tipo de problema. Até hoje, nenhuma acção desse tipo teve sucesso. Os fabricantes alegaram sempre que as pessoas escolheram livremente entre fumar e não fumar, assumindo elas próprias os riscos dessa atitude.

Depois que, em 1966, a legislação americana obrigou as fábricas a estampar alertas nos maços de cigarros, avisando para os perigos do tabaco à saúde, aquele tipo de argumento da indústria acabou reforçado. Afinal, os fumadores estavam avisados dos problemas que sua opção podia trazer.

Uma segunda onda veio a partir de 1984, quando uma corte federal americana responsabilizou três companhias fabricantes de cigarros pela morte de uma mulher devido a um cancro no pulmão. A sentença foi revertida quatro anos depois, e os advogados da família da fumadora morta acabaram desistindo do caso quando os custos judiciais se tornaram altos demais.

Uma terceira onda ganhou forma nos últimos três anos. Agora, as acções na Justiça usam argumentos mais sofisticados. Oito Estados americanos apresentaram acções judiciais argumentando que estavam sendo vítimas de um crescimento dos gastos com a “Medicaid”, a previdência social dos pobres, por causa das doenças provocadas pelo tabaco. Essas acções requerem que os fabricantes assumam os custos adicionais com tratamento de saúde. Mas em pelo menos um caso a Justiça já decidiu, em Maio deste ano, que não cabem acções colectivas contra o tabaco, apenas as individuais.

continua...

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