Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

19.10.06

Desconstruindo Demónios: Pentagrama



Actualmente o termo «pagão» torna-se quase sinónimo de culto do diabo –uma interpretação grosseiramente errada. Na realidade as raízes da palavra remontam ao latim «paganus» que significava habitante dos campos. Os «pagãos» eram literalmente pessoas do campo não doutrinadas que continuavam agarradas às antigas religiões rurais do culto da Natureza. Tão forte era, de facto, o medo que a Igreja tinha dos habitantes das aglomerações rurais, que o outrora inóquo termo «vilão» - o que vive numa aldeia ou vila – acabará por designar uma pessoa má.


O pentagrama é um símbolo pré-cristão relacionado com o culto da Natureza. Os antigos imaginavam o mundo em que viviam dividido em duas metades: masculino e feminino. Os seus deuses e deusas esforçavam-se por manter o equilíbrio de poder. «Yin e Yang». Quando o masculino e o feminino estavam equilibrados, havia harmonia no mundo. Quando se desiquilibravam, havia caos.


O planeta Vénus traça, de oito em oito anos, um pentagrama perfeito no céu eclíptico. Tão espantados tinham os Antigos ficado ao observar o fenómeno, que Vénus e o seu pentagrama se tornaram símbolos de perfeição, beleza e das qualidades cíclicas do amor sexual. Num tributo à magia de Vénus, os Gregos usavam o seu ciclo de oito anos para organizar os Jogos Olímpicos. Actualmente, poucas pessoas sabem que o calendário Quadrienal das Olimpíadas modernas continua a seguir os meio-ciclos de Vénus. E menos sabem que a estrela de cinco pontas esteve muito perto de se tornar o emblema olímpico oficial, tendo sido substituída à última hora pelos cinco anéis entrelaçados, que refletem melhor o espírito de inclusão e harmonia dos Jogos.


A actual interpretação (via Hollywood) demoníaca do pentagrama é historicamente inexacta. O significado original feminino é correcto mas tem sido distorcido ao longo dos milénios, neste caso, através de derramamento de sangue. Os símbolos são muito resistentes, mas o pentagrama foi alterado pela Igreja Católica primitiva. No âmbito das campanhas do Vaticano para erradicar as religiões pagãs e converter as massas ao cristianismo, a Igreja lançou uma campanha de difamação contra os deuses e deusas pagãos, apresentando os respectivos símbolos como ligados ao mal.


É um expediente muito comum em épocas de agitação. O novo poder emergente apodera-se dos símbolos existentes e degrada-os ao longo do tempo numa tentativa de apagar-lhes o significado. Na batalha entre símbolos pagãos e símbolos cristãos, os pagãos foram derrotados: o tridente de Posídon tornou-se a forquilha do diabo, o chapéu pontiagudo da mulher sábia passou a ser o emblema da bruxa, e o pentagrama de Vénus converteu-se no sinal do diabo.

Sinopse. Fonte: Código DaVinci - Dan Brown

1 Comentários:

Blogger Sonynha disse...

" ganhei o dia" lendo hoje o que você postou!!
Aprendi muito. Nas minhas experiências com tai-chi-chuan" ouvia constantemente a respeito de «Yin e Yang», sob outra perspectiva mas valeu um outro tipo de colocação.

19/10/06 13:12  

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