Desconstruindo Demónios: O Tabaco (3)
A histeria actual em torno do cigarro, só podia ter origem num país em que 32% dos habitantes acredita em anjos e possui uma mente permanentemente infestada de demónios. Conforme os tempos esses demónios tomam a forma de índios, bruxas, comunistas, bebidas alcoólicas, cigarros, terroristas, traficantes ou abusadores sexuais.
O tabagismo ao longo da história encontra momentos de consentimento e reprovação. Ao “glamour” é contraposta a perversão. Ao prazer, a moléstia. Tal dualismo faz-nos questionar o objecto da censura. O cigarro - representante de todas as derivações do tabaco - é julgado porque faz mal à saúde, ou porque é um prazer?
Estaremos protagonizando uma histeria colectiva, de carácter transferidor? Ou seja, se não podemos hostilizar (e eliminar o consumo) das drogas pesadas, investimos contra as menores, num recurso de "cortina de fumo", embaçando a crítica numa pretensa actuação de rigor. Curioso notar que os institutos de pesquisa ainda não puderam, cientificamente, comprovar um possível malefício do hábito do tabaco, o que não permite aos tribunais efectivar uma acção punitiva legal. Enquanto perdurarem tais dúvidas, o tabaco - com todos os seus derivados - deverá tão somente ser considerado um desvio e não uma infracção legal.
Embora tendo o valor que tem, cita-se como curiosidade este estudo encomendado pelas tabaqueiras americanas em 1995: “O risco de um fumador passivo contrair cancro é muito relativo. Por exemplo, é maior se tiver um pássaro em casa (factor 6,7), comer carne de porco (factor 2,2), respirar o fumo das motocicletas (factor 1,5). Inalar o fumo do vizinho do lado representa apenas um factor 1,19.”
O tabaco satisfaz uma dependência. As dependências em geral, incluindo o tabaco, estão inscritas no código genético de todas as culturas e não só precisamente na ocidental. Na sua origem o uso e consumo de alucinógenos e outros estimulantes, encontra-se intimamente ligado a actos e experiências religiosas. A isto juntaram-se as modas, como em princípios do século XX, em plena "belle époque" quando se desenvolveu, entre mulheres e homens, o uso do rapé.
Quando uma dependência é irradicada, será que irresistivelmente uma outra qualquer tenderá a ocupar o seu espaço? Lamentavelmente, as respostas a esta interrogação já se encontram instaladas na realidade quotidiana em todo o Ocidente: o aumento exponencial do consumo do álcool, as drogas "duras", etc. E, o que é pior, esta distorção observa-se principalmente nas novas gerações. É triste observar as discotecas de hoje, onde se concentra a juventude. São muito poucos os fumadores, mas poderemos dizer o mesmo do álcool e das outras drogas? É que a natureza humana tem horror ao vazio.
O tabagismo ao longo da história encontra momentos de consentimento e reprovação. Ao “glamour” é contraposta a perversão. Ao prazer, a moléstia. Tal dualismo faz-nos questionar o objecto da censura. O cigarro - representante de todas as derivações do tabaco - é julgado porque faz mal à saúde, ou porque é um prazer?
Estaremos protagonizando uma histeria colectiva, de carácter transferidor? Ou seja, se não podemos hostilizar (e eliminar o consumo) das drogas pesadas, investimos contra as menores, num recurso de "cortina de fumo", embaçando a crítica numa pretensa actuação de rigor. Curioso notar que os institutos de pesquisa ainda não puderam, cientificamente, comprovar um possível malefício do hábito do tabaco, o que não permite aos tribunais efectivar uma acção punitiva legal. Enquanto perdurarem tais dúvidas, o tabaco - com todos os seus derivados - deverá tão somente ser considerado um desvio e não uma infracção legal.
Embora tendo o valor que tem, cita-se como curiosidade este estudo encomendado pelas tabaqueiras americanas em 1995: “O risco de um fumador passivo contrair cancro é muito relativo. Por exemplo, é maior se tiver um pássaro em casa (factor 6,7), comer carne de porco (factor 2,2), respirar o fumo das motocicletas (factor 1,5). Inalar o fumo do vizinho do lado representa apenas um factor 1,19.”
O tabaco satisfaz uma dependência. As dependências em geral, incluindo o tabaco, estão inscritas no código genético de todas as culturas e não só precisamente na ocidental. Na sua origem o uso e consumo de alucinógenos e outros estimulantes, encontra-se intimamente ligado a actos e experiências religiosas. A isto juntaram-se as modas, como em princípios do século XX, em plena "belle époque" quando se desenvolveu, entre mulheres e homens, o uso do rapé.
Quando uma dependência é irradicada, será que irresistivelmente uma outra qualquer tenderá a ocupar o seu espaço? Lamentavelmente, as respostas a esta interrogação já se encontram instaladas na realidade quotidiana em todo o Ocidente: o aumento exponencial do consumo do álcool, as drogas "duras", etc. E, o que é pior, esta distorção observa-se principalmente nas novas gerações. É triste observar as discotecas de hoje, onde se concentra a juventude. São muito poucos os fumadores, mas poderemos dizer o mesmo do álcool e das outras drogas? É que a natureza humana tem horror ao vazio.
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