Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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Localização: Covilhã, Portugal

A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

22.10.06

Já experimentou... numa árvore?



O cientismo de certa ‘inteligentzia, sempre datado e dependente das modas intelectuais da epoca, tem vindo a fazer afirmações que oscilam entre o mirabolante e o francamente risivel.
Fazem-nos saber estes senhores, entre outras coisas e com imensas teorizações pelo meio, que não há raças, que todos somos negros e que a única diferença, é que uns são mais negros do que outros; que os portugueses têm originariamente genes negros e não celtas e suevos como era suposto; que a mestiçagem e as uniões exogâmicas são a única maneira de preservar a espécie humana, porque através delas, se garante a necessária diversidade genética, etc. etc.

Este pseudo cientismo, - com nuances que eu diria mesmo racistas, se a palavra não andasse por aí tão prostituída faz-me recordar, em outras épocas, outras manifestações dessa tal “inteligentzia” e de alguns dos seus pequenos licenciados.


- Em 1755, depois do terramoto que destruiu Lisboa, os sábios do país não encontraram meio mais eficaz para prevenir a terra de voltar a tremer do que dar ao povo um auto de fé. A prestigiada Universidade de Coimbra tinha então concluído, que o espectáculo de algumas pessoas queimadas a fogo lento em grande cerimónia, era um método infalível para impedir a terra de tremer. Esta brilhante manifestação da nossa “inteligentzia” da época, pode conferir-se na obra “Cândido” de Voltaire.


- Em 1951 um grupo de antropólogos e biólogos reunidos sob os auspícios da UNESCO emitiu uma “Declaração Sobre as Raças”, que negava a existência de diferenças genéticas hereditárias. Para os signatários, as diferenças nos grupos humanos, explicar-se-iam apenas por acção do meio, da cultura e da historia. Mas em 1964, uma outra reunião de cientistas da especialidade, formulou as então chamadas “Preposições de Moscovo” onde, pelo contrario, a ideia da “existência nos individuos, de uma capacidade genético diferenciada, na formação do desenvolvimento intelectual”, já era admitida.


Entre os dois documentos, não tinha tido lugar qualquer descoberta científica, mas somente uma mudança de atmosfera politica. Em 1951 havia a preocupação de reagir contra o nazismo e o colonialismo. Em 1964, começavam a contar os orgulhos nascentes (nomeadamente o da negritude) que reivindicavam, em vez de negar, certas diferenças raciais.


Este tipo de cientismo é “pau para toda a colher”... Mas, quanto às raças, em que é que ficamos? Então não há raças? Seremos todos daltónicos e ignorantes ao ponto de não distinguirmos o que é apenas pigmentação ou maior concentração de melanina, do que são abissais características evolutivas, físicas e intelectuais, por vezes fazendo supor o ocorrência de milhares de anos de “decalage” evolutiva? Não há raças, o tanas!


Mas para alem disso, um outro factor de identidade étnica e cultural sobressai nesta questão: Onde será que pára esse orgulho da negritude e da diferença tão defendido por pessoas com a estatura dum Leopold Sengor, Nelson Mandela ou Colin Powell? Pior do que um negro que se envergonha de o ser, só mesmo os brancos que fazem o mesmo, mas com uma diferença - estes últimos, mesmo travestidos de intelectuais progressistas, são desprezíveis.


Onde querem realmente chegar essa forças radicais - idênticas a outras que, sob nomes de códigos internacionais de socorro, defendem o ultra feminismo, o homossexualismo, o racismo anti-branco ? Ao caos social? Aos conflitos étnicos?


Com que então todos na mesma cama para preservar a espécie, não é? E já agora, a tal diversidade genética não será ainda melhorada através de cruzamentos sexuais com, por exemplo, outros humanóides como os símios? Quem sabe?... Já me imagino a ver um dia no escaparate de uma livraria, um livro com um título do género: “Já Experimentou Numa Arvore?”

2 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Percebo o seu desconforto, mas a ironia é um pouco excessiva, ao que me parece
J.Pedralva

22/10/06 20:00  
Anonymous Anónimo disse...

Concordo. Racismo é uma palavra equívoca e que dá para tudo, até para agredir verbalmente aqueles que respeitam a dignidade e individualidade de todos os grupos étnicos, mas que, por essa mesma razão, acham que todos eles se devem aperfeiçoar individualmente e não degradar, através de cruzamentos exógenos.
Suzana M.

23/10/06 11:38  

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