Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

20.10.06

Dólares e efeito-estufa



Grandes preocupações do milénio: o aquecimento global da terra; o avanço da desertificação em África e a caminhada para norte dos povos do Sul; o aumento exponencial do lixo; a acumulação incontrolada de resíduos tóxicos. Isto está dito e redito, mas aquilo que se faz para evitar que estes fenómenos se tornem incontroláveis, é muito pouco.
Os números são sempre os mesmos: menos espécies, menos biodiversidade, menos florestas, menos natureza. Em contrapartida, o consumo cresce, as emissões poluentes sobem, a artificialização do planeta aumenta. No final do século, a conclusão é simples - a vida na Terra está cada vez mais ameaçada.


Não, não é ficção científica - os netos dos actuais cidadãos do planeta poderão ter de estar a substituir o cozido à portuguesa por um comprimido sintético, devido à escassez alimentar, tomar banhos de mar em Coimbra, andar às turras com o mosquito da malária em plena Inglaterra, visitar as Ilhas Marshall de fato de mergulho e suar em bica na Islândia.


O diagnóstico está feito: o cobertor de dióxido de carbono, que envolve o planeta e que permite que o calor dos raios solares não se escape imediatamente para a atmosfera, está a engrossar de tal forma que, em pouco tempo, transformará o planeta num braseiro. Os gelos polares poderão derreter; o aumento da temperatura do oceano favorecerá uma subida do nível do mar; inundações, ciclones e secas multiplicar-se-ão; extensas zonas do planeta transformar-se-ão em desertos; a água potável escasseará; e as doenças terão campo aberto. A esta provável situação de catástrofe, chamam os cientistas "alterações climáticas".


Dos gases com efeito de estufa: dióxido de carbono, metano e óxido nítrico, o gás mais prejudicial é o dióxido de carbono. Com um controlo mais apertado dos aterros sanitários, fertilizantes, criação de gado e culturas de arroz, é possível reduzir os restantes gases, compensando, no cômputo geral, os falhanços no controlo do dióxido de carbono.


Durante muitos anos, a indústria, as companhias automóveis e sobretudo as petrolíferas reunidas em torno da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), bloquearam qualquer intenção de cortar com a queima dos combustíveis fósseis e nem queriam ouvir falar em alterações climáticas. Escudavam-se no facto de não existir ainda uma evidência científica de que o dióxido de carbono era o grande culpado pelo efeito de estufa. Mas evidência científica surgiu, e de forma irrefutável em 1995. O argumento caiu por terra.


O que de então para cá aconteceu é conhecido: conferências internacionais para debater o problema no Rio de Janeiro (92), Berlim (95) e por fim Kioto (97). Também é sabido que os Estados Unidos, o maior produtor de poluentes atmosféricos, invocando razões económicas, não subscreveu a redução gradual de gases com efeito estufa, conhecida como Protocolo de Kioto.


Daquela verdadeira grande central de emissão de poluente do planeta, não vieram os contributos desejáveis para ajudar a salvar o nosso pobre e maltratado planeta. Não vieram? Minto! Num verdadeiro passe de mágica, descentraram a discussão para um lado mais conveniente: afinal, o verdadeiro perigo para a humanidade, não vinha das emissões de CO2, vinha … do fumo do cigarro. Hellas !

3 Comentários:

Blogger António JP Soares disse...

Comentario (teste)

20/10/06 22:24  
Blogger Sonynha disse...

"A intensificação do efeito estufa, ou aquecimento global é uma hipótese e não um fato consumado, como tem sido propagado intensamente através da mídia. Porém, é necessário controlar a emissão dos gases estufas, que está associada, não somente ao efeito estufa, mas com uso indiscriminado de recursos naturais, poluição atmosférica, comprometendo a saúde de vários seres vivos, incluindo a espécie humana, e consequentemente, diminuição da qualidade de vida, principalmente nas regiões intensamente industrializadas."
É o preço ao progresso...

20/10/06 22:43  
Blogger António JP Soares disse...

Obrigado pelo comentário, mas, infelizmente o efeito-estufa não é já só uma hipótese. É muito mais do que isso. Dê-se uma olhadela para o que está acontecendo aos glaciares do Polo Norte, ao ritmo anormal a que estão sucedendo inundações e outros fenómenos idênticos por todo esse planeta. è certo que é um começo, mas que nos faz temoer o pior...

21/10/06 17:23  

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