Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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Localização: Covilhã, Portugal

A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

21.9.06

Não tirem os cadeados!

Sazonalidade: o verão termina, vão seguir-se as vindimas, as castanhas, a azeitona… e a contestação nas escolas. Nesta última, vêm impondo-se como ícone: a corrente e o cadeado, utilizados para fechar a escola local.

Do lado de fora, um grupo de mulheres aos guinchos histéricos e uns fulanos que se dizem da associação de pais, cruzam os braços desafiadoramente e proclamam: Não vai haver escola para ninguém! Pimba!

Na verdade trata-se de uma greve original – os grevistas são os alunos, embora indirectamente e através dos seus progenitores – com “ocupação das instalações” segundo o clássico "look" do sindicalismo radical.

O clamor chega à redacção das TVs e aí temos todo este pessoal façanhudo perante as Câmaras, ameaçando que “a escola não abre” até que o Ministro, o… Presidente da República ou o Secretário Geral da ONU vá lá para resolver o problema ... da falta de sal na comida da cantina ou da ausência da faxineira por doença.

Eu, que propriamente não por aí a exibir um cachecol de torcedor da democracia numérica, embora a respeite, custa-me assistir a este tipo de permissividade e achincalhamento em que se deixa cair a autoridade do Estado, responsável pelo cumprimento da lei de todos nós. É um pouco da nossa dignidade colectiva que está ser espezinhada em cada uma daquelas correntes e cadeados.

Se aquela gente tem alguma razão – e muitas vezes até a terão – perdem-na na forma de acção que escolhem – escolhem?!, qual escolhem! Limitam-se a macaquear sem qualquer originalidade o que vão vendo por esse país fora em crescendo.

Basta olhar para ver que, em contraponto com esta bagunça que iguala e rebaixa para o mesmo nível os “barafustantes” da escola e os “estadistas”, há alguns exemplos de posturas éticas: quando um estado recusa negociar com sequestradores, com rebeldes, com grevistas enquanto tais, está no bom caminho. Quando manda apressadamente, um burocratazito regional para “dialogar” com os transgressores da ordem, está a capitular, a chafurdar e a salpicar-nos todos de lama.

Faça-se regressar a dignidade a estes locais. Fecharam a escola a cadeado? Legisle-se, para que em situações destas uma escola não possa reabrir antes de decorridos vários meses, “evacuando” os alunos inocentes para escolas de proximidade, enquanto se abre um inquérito às queixas e também à autoria material do acto É uma questão de dignidade e respeito pela ordem pública.

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