Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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Localização: Covilhã, Portugal

A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

12.10.06

Desconstruindo Anjos - As Aparições (3)

Fátima – Um milagre oportuno
  • Entretanto surge a declaração de guerra por parte da Alemanha em 1916, e o envio, já em Janeiro de 1917 - o ano das «aparições» - dos primeiros soldados portugueses do corpo expedicionário que viria a combater no centro da Europa, donde, logo em Abril, começam a surgir noticias das primeiras baixas humanas do nosso lado.
Em Portugal, saía-se das sequelas de mais uma revolução com declaração de estado de sitio (Dezembro de 1916) e viviam-se as restrições impostas pela guerra, nomeadamente os racionamentos de alimentos e de energia.

Como diriam os brasileiros, nesse ano a barra estava particularmente pesada para o lado dos portugueses. Mais remotamente, havia também La Salette e Lourdes, dois santuários onde se tinham anunciado aparições da Virgem e que então conservavam a primazia de preferência para as peregrinações do mundo católico, o que afectava alguns interesses portugueses, religiosos e outros.

Para resolver este conjugação negativa de factores, só mesmo um milagre. As condições psicológicas estavam criadas. E então «o milagre» aconteceu !?

Como consequência Fátima não tardou em tornar-se uma arma contra o regime republicano anti-clericalista e, simultaneamente, uma importante fonte de receita para a propaganda católica, uma vez que as peregrinações passaram a realizar-se em direcção ao novo local místico, agora em concorrência directa aos santuários estrangeiros.
O povo crente encontrou por sua vez em Fátima, e nas mensagens que de lá irradiavam, algum conforto espiritual e um lenitivo para encarar com a resignação e esperança (tão judaico-cristãs), as angustias da guerra, as privacoes e a insegurança dos momentos difíceis. E o culto do «milagre» surgiu, para não mais parar até aos nossos dias.
continua...

1 Comentários:

Blogger Sonynha disse...

Concordo com você. O importante mesmo é a serenidade que a crença nos dá!

13/10/06 22:36  

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