Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

A minha foto
Nome:
Localização: Covilhã, Portugal

A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

28.9.06

Portugal: Sugar e matar índios


Esteve, uma vez mais em Portugal, desta vez em na apresentação do seu último trabalho discográfico, “”. Naturalmente teve o acolhimento VIP com que aqui sempre se distinguem os grandes nomes do Brasil e Caetano é um deles. O seu trabalho com a MPB é justamente apreciado. Tem inúmeros admiradores. Os seus discos vendem bem. Durante uma hora foi convidado de um programa de Televisão onde só vão pessoas de destaque em diversas áreas. Gostei de vê-lo ali: inteligente, bom conversador, um sujeito simpático.

Fiquei a interrogar-me sobre quantos portugueses que (como eu) gostam de o ver na TV, compram os seus discos, ou vão entusiasticamente aos seus espectáculos, recordarão que, este mesmo Caetano, é a pessoa que, de forma provavelmente irresistível para ele, e talvez por apelo interior dos seus antecedentes de hippie, esquerdista e vagamente crioulo, de vez em quando, não consegue ultrapassar e deixa vir ao de cima, a tão conhecida relação “amor-ódio” que teimosamente reside no Brasil em relação aos portugueses, ou, mais rigorosamente e para não generalizar, aos colonizadores portugueses.

É dentro desse espírito que registamos declarações deste artista, feitas por ocasião da efeméride que assinalou a chegada de Cabral ao Brasil, esta afirmação: “o que Portugal veio fazer ao Brasil foi sugar, sugar, sugar e matar índios”. Quase ninguém se lembra mais disto. Mas eu lembro e, porque no fundo em regra por aqui não guardamos rancores, continuo a gostar dele – como artista - e a ouvir a sua música.

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial