Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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Localização: Covilhã, Portugal

A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

17.9.06

Um certo retrato da América

(...) os casos de consciência que exacerbam a vida política americana não dão sinais de diminuírem num futuro próximo. Além disso, estas questões de consciência não são imaginárias. Pelo contrário, estão profundamente enraizadas em injustiças passadas: negros escravizados, homossexuais rejeitados e tratados como criminosos; mulheres privadas de oportunidades de realização profissional, índios expulsos das suas terras, deficientes a quem foi negado emprego. Hoje em dia, nós, americanos, tendemos a desbravar e explorar as fronteiras da consciência tal como no sécculo XIX desbravamos e exploramos os recursos físicos do nosso vasto continente…

(...) os defensores dos direitos das crianças chamaram a atenção do público para os maus-tratos infantis e chegaram a criar vias judiciais para as crianças poderem instaurar processos aos pais. Os processos por violência sexual, real ou forjada, são por vezes sustentados por testemunhos de credibilidade duvidosa.

(...) Ninguém pode adivinhar quais serão os próximos casos de consciência a agitar as paixões políticas dos Americanos. Muitos pensaram que o Civil Rights Act de 1964 representasse o clímax do movimento pelos direitos. Mas revelou-se apenas um sintoma daquilo que se tormaria uma hipersensibilidade quase patológica. Recentemente esta protecção foi alargada passando a incluir direitos nebulosos, perigosamente vagos e difíceis de definir, como os direitos das mulheres (e dos homens) à ausência de assédio sexual.

(...) Este novo moralismo americano, este renascimento da consciência, tem tido efeitos na nossa cultura e nos nossos padrões intelectuais e estéticos. O nosso vocabulário tem sido revisto e ampliado.

(...) a palavra negro tornou-se subitamente tabu e não tardou a ser substituída pelo termo afro-americano… alguns dos novos americanos já exigiam ser tratados como qualquer coisa hífen-americanos.

(...) Embora tenhamos escapado a muitos males do velho continente – guerras religiosas e linguísticas, diferenças de classe hereditárias – alguns cidadãos parecem prestes a transformar-nos numa América balcânica.


Sinopse do livro O Nariz de Cleópatra - Daniel J. Boorstin

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