Balada para D.Quixote

Um olhar de viajante na última carruagem do último combóio de uma Memória intemporal.

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Localização: Covilhã, Portugal

A generalidade daquilo que você (e eu) julgamos saber, pode estar errado, porque, em regra, assenta em «informação» com falta de rigor e imparcialidade, vinda de quem interessa formatar a nossa mente. Pense você mesmo! Eu faço-o!

13.9.06

Grevistas de todo o mundo, uni-vos!

O vosso estado de graça pode acabar

Vejamos: se os trabalhadores que fazem a recolha dos lixos urbanos, os que asseguram o fornecimento de energia eléctrica, de água potável, de telecomunicações, dos transportes, ou os de qualquer actividade socialmente prioritária entrarem em greve, imediatamente se levantará um tal clamor público, que, as suas exigências têm todas as probabilidades de ser integralmente e imediatamente satisfeitas.

A razão disto, está no facto de que as greves destes trabalhadores não são dirigidas contra quem lhes paga o salário. O seu alvo fundamental e grande trunfo, é o cidadão, que aqui fica, perante o poder grevista, na situação de refém indefeso. Naturalmente daqui resulta que, em tais actividades profissionais, tudo se encaminha para que estes trabalhadores passem a ser muito bem pagos, porque o êxito das suas greves vai incitá-los a, em breve, a paralisarem de novo para passar a ganhar mais, deter mais regalias.

Já não terão a mesma força reivindicativa os trabalhadores que actuem em sectores não socialmente prioritários, ou seja, e dito de uma forma pragmática, naqueles onde não seja possível direccionar os efeitos danosos das greves contra a população, mas apenas contra o patronato. Isso faz com que estes trabalhadores, sejam naturalmente mais mal pagos que os do grupo precedente. É a utilização do impacto da própria greve que estabeleceu a diferença de bem-estar entre uns e outros.

Coloca-se a questão: Estarão as leis sindicais, nascidas de uma realidade histórica e económica que as justificava há 200 anos, mas que não é a de hoje, desadaptadas e serão até socialmente perversas? Sim!

Até porque, dê-se-lhe quantas voltas se quiser, a greve é uma forma de resolver conflitos sociais pela força - a única permitida pela Lei -, que, enquanto reguladora do estado de direito, obriga todos os restantes conflitos a serem dirimidos exclusivamente nos tribunais.

Mais, convém não esquecer, que para lá de todo o aspecto discricionário das greves entre os próprios trabalhadores, a mera paralisação laboral é só a face “soft” do conflito, e este pode casuisticamente enveredar para formas mais musculadas e violentas, que incluem a constituição de milícias chamadas piquetes de greve, a ocupações de instalações públicas ou privadas e até sequestros de pessoas.

Reflexão final: Estas greves, particularmente as do sector público estatal, ao utilizarem “reféns psicológicos” entre as populações que necessitam dos serviços do Estado, exercem uma certa forma de chantagem social. Tem, uma praxis que não é tão diferente assim da de qualquer grupo sequestrador, que utiliza terceiros para alcançar os seus objectivos e ganhar vantagens. Há muita diferença? Eu não a vejo.

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